O facebook
tornou-se a mais nova janela para que todos saibam tudo sobre sua vida (digo todos, porque nem todo mundo
na sua lista de amigos é seu conhecido, quem dirá amigo). Quanto mais “Likes”ou “Comments”
um post tiver, mais o ego das pessoas inflam-se em proporções grandiosas. E pode
ser sobre qualquer besteira, verdade ou mentira, frases pescadas na internet
etc. Não importa. O que importa é a aprovação dos amigos. Isso é ser popular hoje em dia.
Hoje, vi o post de uma conhecida (sim, tenho “apenas conhecidos” na minha “lista
de amigos”) que vangloriava-se de namorar um cara que "lê e escreve". Para convencer toda a sua lista de amigos da sua felicidade que transbordava tal qual os rios do
pantanal em época de cheia, ela compartilhou link que incitava as gajas a namorar
um “homem que lê”. O texto não é grande, mas lutei para chegar ao final. Agora pronto!!
Ou as exigências feminas do que seria um bom companheiro atingiram baixa maior
do que o dólar ou o texto em questão nada mais é do que marketing pessoal do
autor. Não estou advogando a favor de você namorar estudante do MOBRAL, mas também não é inteligente escolher um
homem (ou mulher, for that matter) somente
porque ele/ela lê.
Quer saber,
garota? Namore um cara que te ame. E te respeite. E te trate como você merece. Do que adianta o cara ler 200 livros por mês, ser fomado em letras (grego e latim), saber o nome da
professora da alfabetização, saber recitar trechos de Saramago, Neruda, Vargas
Llosa, Tóstoi etc e sair por aí usando as poesias e palavras dos outros para
seduzir a primeira que encontra pela frente? Caráter é a palavra da hora. Quem
tem caráter não precisa de livros para mudar a cabeça, como sugere o texto. Aliás, livro algum
muda a cabeça de um canalha. Quer namorar um escroto que sabe todas as frases
de um livro de Ernest Hemingway ou um cara que espera, ansioso, você chegar em
casa para poder matar a saudade de um dia sem te ver? E que vai te beijar com
paixão e desejo. E, depois, daquele sexo apaixonado e carinhoso, vai sentar
no sofá, não para arrotar a sua impáfia sobre a “péssima tradução daquele livro
do Garcia Marquez” e, sim, para assistir a Palmeiras X Corinthians. Beleza não
põe mesa, nem leitura faz um homem. A "metemática" é muito mais complicada. Este negócio de "namore um cara que lê", para mim, é papo de pseudo-intelectual que buscou o nome de milhares de escritores no google.
Isso a internet fez por muitos: transformou a ignorância endêmica em
genialidade no click de um botão.