quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Namore um cara que goste de você


O facebook tornou-se a mais nova janela para que todos saibam tudo sobre sua vida (digo todos, porque nem todo mundo na sua lista de amigos é seu conhecido, quem dirá amigo). Quanto mais “Likes”ou “Comments” um post tiver, mais o ego das pessoas inflam-se em proporções grandiosas. E pode ser sobre qualquer besteira, verdade ou mentira, frases pescadas na internet etc. Não importa. O que importa é a aprovação dos amigos. Isso é ser popular hoje em dia. Hoje, vi o post de uma conhecida (sim, tenho “apenas conhecidos” na minha “lista de amigos”) que vangloriava-se de namorar um cara que "lê e escreve". Para convencer toda a sua lista de amigos da sua felicidade que transbordava tal qual os rios do pantanal em época de cheia, ela compartilhou link que incitava as gajas a namorar um “homem que lê”. O texto não é grande, mas lutei para chegar ao final. Agora pronto!! Ou as exigências feminas do que seria um bom companheiro atingiram baixa maior do que o dólar ou o texto em questão nada mais é do que marketing pessoal do autor. Não estou advogando a favor de você namorar estudante do MOBRAL, mas também não é inteligente escolher um homem (ou mulher, for that matter) somente porque ele/ela lê.
Quer saber, garota? Namore um cara que te ame. E te respeite. E te trate como você merece. Do que adianta o cara ler 200 livros por mês, ser fomado em letras (grego e latim), saber o nome da professora da alfabetização, saber recitar trechos de Saramago, Neruda, Vargas Llosa, Tóstoi etc e sair por aí usando as poesias e palavras dos outros para seduzir a primeira que encontra pela frente? Caráter é a palavra da hora. Quem tem caráter não precisa de livros para mudar a cabeça, como sugere o texto. Aliás, livro algum muda a cabeça de um canalha. Quer namorar um escroto que sabe todas as frases de um livro de Ernest Hemingway ou um cara que espera, ansioso, você chegar em casa para poder matar a saudade de um dia sem te ver? E que vai te beijar com paixão e desejo. E, depois, daquele sexo apaixonado e carinhoso, vai sentar no sofá, não para arrotar a sua impáfia sobre a “péssima tradução daquele livro do Garcia Marquez” e, sim, para assistir a Palmeiras X Corinthians. Beleza não põe mesa, nem leitura faz um homem. A "metemática" é muito mais complicada. Este negócio de "namore um cara que lê", para mim, é papo de pseudo-intelectual que buscou o nome de milhares de escritores no google. Isso a internet fez por muitos: transformou a ignorância endêmica em genialidade no click de um botão.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A baiana e o frio


Nesses tempos de frio na aqui na Austrália lembrei de algo que me intriga desde os tempo de moleque. Sempre achei estranha a relação do baiano com o frio, principlamente o excitamento exagerado da baiana com temperaturas mais amenas. Tudo bem que as altas temperaturas que castigam a Terra de Todoas os Santos durante o ano inteiro deixem os baianos sedentos por um friozinho de vez em quando. No entanto, acho que Salvador não combina com frio, nem gostaria que o clima de lá fosse diferente. Calor combina com a Bahia e, mesmo que castigue a moleira, acho que seria muito chato que a temperatura local atingisse níveis, digamos, sulistas. Coisa bastante curiosa é o que acontece quando chove em Salvador: as pessoas vêm a oportunidade de tirar as roupas de frio do armário e saem de casa  de casa vestindo casacos de esquimó. É engraçado. 25ºC, humidade do ar em 110% e metade da população baiana de casaco de frio. Confesso que também prefiro o frio ao calor, mas o exagero com que algumas conterrâneas tratam o assunto me deixa intrigado. Imagino a cena de uma quarta-feira em apartamento de um casal na capital baiana.
O apresentador do JN noticia:
“Na Sibéria, a temperatura atingiu -45ºC”
Abraçada ao marido e atenta à notícia a baiana comenta:
- Hum, amor, imagine nós dois tomando um vinhozinho bem gostoso por lá...
Não estou exagerando, poderia acontecer na Bahia.

domingo, 6 de março de 2011

Vai um remedinho aí?


Engraçado como um filme bem ruim ao qual assisti hoje me fez voltar a escrever depois de longo hiato. Chama-se “Love & Other Drugs”, com Jake Gyllenhaal e a maravilhosa da Anne Hathaway. Para só dizer o essencial, o filme trata da história de um representante de uma grande empresa farmacêutica (Pfizer) jogado no meio do estado de Ohio para convencer os médicos locais a prescreverem seus remédios. Lá, conhece a exageradamente complicada personagem de Anne Hathaway, que, aos vinte e seis anos, encontra-se no primeiro estágio da doença de Parkinson. Ela, sabendo da doença e das conseqüências que dela advêm, fecha-se para qualquer relacionamento, pois não quer que alguém carregue o peso de cuidar dela nos seus estágios mais avançados. Ele, consciente  do mal que a aflige, escolhe ficar ao seu lado e cuidar dela. Ele sabe das limitações e problemas que a doença vai causar no longo prazo e escolhe ficar ao lado dela, rejeitando a tão sonhada promoção no trabalho e procurando entender a doença para enfrentá-la melhor.
Sei que a comparação vai parecer exagerada, mas não consegui parar de pensar que o filme é uma metáfora para todos nossos relacionamentos. Ora, Caetano já disse: “De perto, ninguém é normal”. E não é mesmo. Todos temos nossas manias, peculiaridades e personalidades distorcidas que são verdadeira “doenças” aos olhos do outros. O primeiro estágio é a descoberta da doença. Essa não demora muito. Logo percebemos algo de errado naquela pessoa que nos parecia perfeita. Depois, vem a aceitação e, por fim, a luta. E amar é passar por todos esses estágios sem deixar que a luta seja perdida e a “enfermidade” do (a) amado (a) vença. Claro que não falo aqui de psicopatias graves. Se este é o caso, pule fora. Muitas vezes, assim como qualquer paciente acometido de doença, seu companheiro (a) precisa de cuidado e compreensão. Temos que ter a sapiência de aceitar que a pessoa que amamos é imperfeita e precisa de cuidados. Amar é permanecer ao lado da pessoa amada não importa o quão grave são os sintomas e não fugir assim que os primeiros sinais de algo errado aparecem. Afinal, você também é imperfeito, precisa de cuidados e tem que contar com a paciência do (a) seu (sua) amado (a). Amor não é a doença, mas o remédio, que como qualquer medicamento, tem seus efeitos colaterais, muitas vezes bem destrutivos, mas, ainda assim é o melhor caminho pra cura. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Espera


Todo mundo espera algo. Mesmo fazendo alguma coisa, todos esperam outra vir. Uns esperam por uma dança, outros esperam que aquela música acabe logo. Anseiam alguns por um dia novo, outros pela morte, apenas. Tem gente que espera por uma oportunidade, ou por outras, já que a última passou despercebida. Uns esperam pouco, outros anseiam por muito, muito mais do que podem suportar, às vezes. Esperam muitos por algo motivante, mas a vontade da espera é justamente a morte da motivação. Há aqueles que esperam o céu, enquanto outros, mesmo o inferno, se vier logo, é bem-vindo. Uns esperam por você e nem isso você sabe.  Existem aqueles que querem só esperar, esperar, sem saber direito o quê.  Esperam por um encontro, um desencontro. Outros sempre esperam e nada aspiram. Esperam e  não vêem nada além da ponta do próprio nariz. Esperam só mais um minuto e arruínam tudo. Esperam pela próxima musica e a última da noite é tocada; pelo próximo conflito; pelo próximo disco e banda decide pela separação; pelo próximo amor, quando o verdadeiro não espera. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

The Metro Theater, Sydney, 15/11/10

Sabe aquela música que você ouviu naquela balada (provavelmente no Galeria ou lugar equivalente), gostou, sabia o nome da banda, mas como não ouve há muito tempo, já até esqueceu dela? Um belo dia, vc vê um anúncio de  um show de uma banda que vc já ouviu falar, não lembra de onde, mas  resolve ir assim mesmo e compra o ingresso. Procura no youtube alguns vídeos, gosta, mas ainda fica com uma pulga atrás da  orelha, pois não conhece nenhuma daquelas músicas... Aí você se pergunta: " de onde é que eu conheço essa p* dessa banda?" No dia do show, vc  descobre porque conhecia a banda e ainda ouve aquela música que gosta.  Ao vivo! E, pra completar, o show é surpreendentemente maravilhoso. Compartilho...


 

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vinte dias...

... para colocar tudo em dia
...para começar tudo de novo
...para mudar novamente
...para me desvencilhar de todos
...para ficar sozinho
...para me aventurar por mais um lugar estranho
...para planejar o resto dos meus dias
...para sair da Índia. De vez.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Eu ainda sei escrever

Cem dias sem escrever aqui... Muitas coisas mereciam ser ditas expelidas, tal qual aquela música do Titãs ("Saia de Mim"), mas passo por um período de letargia corporal. O cérebro funciona, tem idéias, vai longe, mas o corpo não responde. Tenho muito pra contar, mas nenhuma vontade de escrever. Se escritor fosse, justificaria a falta de toques no teclado como período de férias intelectual, mas nem isto posso fazer. Melhor parar por aqui. Já estou sentindo cãimbra...