domingo, 16 de março de 2008

Smurf Ranzinza

Eu odeio a TAM.

Uma pergunta

Por que porra o aeroporto de Brasília não funciona de madrugada? É o segundo mais movimentado do país e simplesmente fecha para pouso e decolagem às 23:30h.

Cu do mundo

Não há lugar pior no mundo do que Manaus!!!! Prefiro Lagos e Puerto Ayacucho.

Aeropuerto

(Procura-se)


Havia quase sete horas que estava no aeroporto Simón Bolivar com a mãe de noventa anos e dois netos de quatro e cinco anos de idade. Teve que acordar às quatro e meia, chegou ao aeroporto às cinco e meia e, agora, já são doze horas. Já deveria estar em solo brasileiro, mas problemas com o tempo não deixaram decolar o avião que iria levá-los. Ainda não havia previsão de quando deixaria a Venezuela. Os meninos chegaram ao aeroporto arrumados, bem cheirosos e com roupas idênticas. Do casaco verde-oliva aos sapatos que iluminavam a parte traseira conforme caminhavam. Estes, entediados com a demora, já estavam sem camisas, sem os sapatos e corriam freneticamente pelo saguão cheio. Um deles, ao desviar do colombiano cheio de sacolas, entrou em rota de colisão com a boliviana e seu carrinho de lixo. O papel higienico juntado em todos os banheiro do terminal internacional ficaram espalhados em um raio de dez metros. Enquanto o menino chorava escandalosamente, o sangue, misturando-se com o catarro, corria de suas ventas grossas. “Que se foda”, disse. Não foi acudi-lo. Amaldiciou a filha, pela quinta vez, por ter casado com aquele venezuelo gordo, de bigode grosso e cabelo engomago com algum tipo de gel que mais parecia betume encardido. Também amaldiçou o marido que permanecia em estado vegetal desde o derrame em 1999. “Filho da puta”, pensou. “Teve a porra do AVC e me deixou sem forças para impeder que Susana casasse com aquele traficante de merda. Passa o dia babando e se cagando todo. Nem para morrer de uma vez, o cachorro presta.” Foi a Caracas cuidar dos netos, já que a filha se recuperava da terceira lipoaspiraçao. “Está parecendo uma galinha empalhada”, pensou, mas nunca chegou a dizê-la. Também precisava sair um pouco de casa e ficar longe do marido fedido. Deixou-o com a enfermeira. Uma negra de uns cem quilos que, vez ou outra, enchia o velho de sopapos. Ela não se importava. Também lhe dava uns tapas, enquanto xingávo-o e trocava suas fraudas cheias de merda e xixi. Decidiu levar a mãe na viagem. Afinal, o genro pagou a passagem.
Ao final da viagem, decidiu levar a passeio os netos para “livrá-los desse pardieiro de traficantes, índios e chavistas”. Já tinha se arrependio de sua idéia estúpida, quando o menino, sangrando e chorando muito foi pedir sua ajuda. O irmão ria muito. A velha mãe também mexia sem parara a cabeça e os braços. Parkinson. Juntou as mãos e as levou ao rosto coberto de rugas e manchas provocadas pelo envelhecimento. Já tinha perdido toda a paciência com aqueles meninos e com a velha. Estava em desespero. Fez uma retrospectiva de sua vida: teve uma infância difícil, pois sua família era numerosa e o resultado da divisão entre muitas bocas e pouco dinheiro nunca é demasiado. Casou-se virgem, cedo demais e com o primeiro que quis tirá-la de casa, nunca conseguiu passar do segundo grau, cuidou dos irmãos mais novos e dos filhos a vida inteira e nunca teve tempo para cuidar de si própria. Tinha sessenta e cinco anos, mas aparentava ter duas décadas a mais. O marido, sempre bêbado e mulherengo, nunca lhe deu felicidade. A filha e sua ingradidão perpétua torturavam-a com vazias atitudes rebeldes, como a de resolver casar com o “cucaracho”. A mãe, sempre austera e impaciente, nunca lhe deu sossego e, agora, condenada a andar em cadeira de rodas, necessitava de cuidados constantes. Chorou, por dentro.
Ao anunciar o vôo, depois de oito horas de espera, a mulher nao acordou a mae que dormia e disse aos netos para ficarem sentados enquanto iria ao banheiro. “Que vao todos para puta que pariu!”, esbravejou. Embarcou sozinha e, ao invés de seguir para Guarulhos, seu destino final, aproveitou a escala em Manaus e desembarcou na capital amazonense. Nunca mais foi vista.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Cambio, desligo.

Aqui, acuado na fronteira entre esse país comandado por Chaves e aquele das FARC, a internet é discada e muito (muito mesmo!!!!) lenta. Por conseguinte, este será meu único post em terras venezuelanas. Quando voltar para o Brasil, relato tudo que vi (e nao gostei) por aqui.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Visitante do dia...Parte LXVIII


Presidente do Equador, Rafael Correa. O Presidente equatoriano chegou e foi logo lascando o peixe pra cima de Uribe, Colômbia e EUA. Discurso sóbrio, muito bem elaborado e consistente. A rede Gooebles criticou, é claro. O país dele foi invadido, descaradamente, por um bando de mafiosos apaiados por, estes sim, terroristas inescrupulosos, arrotando a defesa da democracia colombiana e a luta contra o terrorismo internacional. Mal sabem eles que esta luta não é deles, nem do povo colombiano. É de um país que escolhe quais dentres os outros representam a sua democracia e aqueles que costumam chamar de "eixo do mal". Viva a soberania dos países. Viva o povo equatoriano. E Chaves não tinha nada que meter o bedelho...

sábado, 1 de março de 2008

Ah, se eu agüento ouvir... Parte XII

Salvador, 25 de fevereiro de 2008, às 5:30 da manhã.

Estava colocando as malas no carro para ir ao aeroporto quando a empregada da casa de minha mãe, com a naturalidade e sutileza inerente ao povo do interior do Nordeste, solta a seguinte pérola se referindo a minha namorada que ela conheceu dois dias antes:

"Vê se não vai enganar essa daí, seu cachorro."

Mereço, não?