sexta-feira, 30 de novembro de 2007

La revancha del Rock II

5 de dezembro de 2007, Estadio Nacional, Santiago - Chile.





Conto... Parte IX

“Vai se fuder, Lucas!”, respodeu Livia com grande exasperação e foi dançar ao som de “Rebel, Rebel”, do mestre David Bowie que o DJ acabava de lançar na pista para delírio de alguns mais afeitos à boa música.
Lucas e Lívia tiveram um curto romance (“Namoro? Só de for na cabeça dela”, dizia Lucas) quando a recém-empossada Promotora chegou à Capital Federal. Lucas era noivo de alguma coitada em Curitiba, mas nunca chegou a apresentá-la aos amigos. Livia sabia do compromisso, porém toda mulher tem uma estranha atração por homens que não estão disponíveis. Pode ser indisponíveis porque já “têm dona”, ou porque não desejam se relacionar com a mulher que o quer, ou até mesmo por opção sexual. Toda mulher vem com esse código de fábrica que é ativado toda vez que um homem não está ao seu alcance. É uma guerra não muito velada que elas não aceitam perder. E aí as coisas complicam. Não adianta querer agradar a todo custo, ou mesmo fingir desinteresse. Se não puder ganhar um homem, logo de cara, é raro que a guerreira tenha sucesso na sua empreitada de conquistar o seu macho-alfa.
Lucas não estava disponível e Livia, entao, aceitou esse desafio, a princípio, não maior do que outros já enfrentados por ela. Mas Lucas não cedeu e, depois de alguns cinemas jantares e transas alucidadas, resolveu por fim naquilo que na cabeça dele não tinha nem começado. Queria preservar a amizade. Ledo engano: nao existe amizade após a cama. O que sobra é a mágoa - geralmente feminina -, a intolerância - geralmente masculina – e – o desconforto - mútuo. Se quiser acabar com uma amizade, “get laid with your friend”. O que sobra depois é fragmento de amizade, triturado entre gritos, sussuros, gemidos e gozos.
Lívia parou de frequentar os mesmos lugares de seus amigos durante muito tempo e só resolveu aparecer naquela noite porque tinha a certeza de que Lucas estaria lá. Queria provar que, depois do pé na bunda que acabara de receber, ainda lhe sobrara “sexy appeal” suficiente conquistar algum desavisado e, como bônus, provocar ciúmes no amigo. Depois de algumas doses de vodka, ao fim da sequência do New Order, (“Senses”, “Perfect Kiss”, “Blue Monday”, “Regret”, “Age of Consent” e “True Faith”), no melhor momento do “set list” montado pelo DJ para aquela noite, ela perdeu o embaraço, a confiança e o respeito por ela própria e chamou Lucas para ir até a casa dela. Ele foi.
Ele continuou a curtir os amigos, a música e a cerveja gelada. Ainda comentou com Batista a presença anormal de homossexuais no bar naquela quarta –feira.
“Toda quarta aparecem mais e mais”, comentou o garçom. “Daqui a pouco, vai virar bar gay”, completou.
“Nada contra, contanto que a música continue boa, o bar vazio e as pessoas interessantes.”
Assim que “Revolution” dos Beatles começou a tocar, ele começou a catarolar a música até uma mão no seu ombro interrompeu a sua concentração. Era ela. “Não encontrei nenhuma das minhas amigas. Acho que me deram um bolo. Posso ficar aqui com você?”, disse sem que ela mesma acreditasse no que dizia. Resolveu dizer aquilo, mas sabia que não o conseguiria dissimular sua verdadeira intençao nem se ele estivesse bêbado. E ele não tinha chegado nem ao menos à quinta “Skol Beats”.
Atento àquela cena patética, o garçom sorriu com o canto da boca.

sábado, 24 de novembro de 2007

Tim Festival Parte IV: The Killers

Depois do show da Juiette and the Licks, já estava excitado o bastante para ver o show do The Killers. Apesar das músicas dançantes e que empolgam (e muito!!!) nas baladas, a banda de Las Vegas não está no meu top 20 de favoritas. O dicso de estréia “Hot Fuss” aclamadíssimo pela crítica que, às vezes, não é muito especializada, vinha com as sensacionais “Somebody Told Me” e “Mr. Brightside”, com seus refrões grudentos. O segundo disco “Sam’s Town” foi menos badalado, mas está musicalmente no mesmo nível do primeiro, com destaque para a música título do cd, “Bones” e “For Reasons Unknown”. O The Killers tem a cara daquelas bandinhas americanas que vão diminuindo o número de hits até cair nos ostracismo total à medida que vão lançando novos discos. Mas a expectativa nao tinha nada a ver com a excitação de ver um ídolo tocar. Há um ano, num frio de final de outono e sob chuva fina e irritante em Amsterdã, nao consegui ingresso para o show do Killers e a frustracao foi grande. Desde entao, o pesseio na Europa e tudo que sentia à época vêm à tona quando ouço as músicas do The Killers. A frustraçao de nao ter visto o show trazia, instantaneamente, a frustracao de um relacionamento que também nao deu certo (if I only knew!!!!). O que seguiu depois da primeira música (Sam’s Town) foi uma sessao de exorcismo na qual eu e A. expulsamos todos os fantasmas que nos atormentavam e nos deixamos levar pelo delírio e por “otras cositas también” até o último segundo do show. O mais impressionante foi o público. Cantaram todas as músicas com tamanho furor que devem ter deixado Marcelo Camelo (Los Hermanos), presente no show, com uma pontinha de saudades - ou inveja - da empolgaçao do público cantanto daquele jeito. Foi fenomenal! Foi a cereja no topo do Sundae (será assim a expressão???) do TIM. Reservem minha passagem para o ano que vem.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Tim Festival Parte III: Juliette and the Licks

Rock sempre foi mais do que a música. Rock and roll é atitude, estilo de vida, presença de palco e um pouco de loucura. É evidente que a música é o principal ingrediente da recita desse bolo, mas nao podemos olvidar do resto. E a Juliette Lewis tem tudo isso. Sempre fui meio cético quando atores inventam dar outros rumos artísticos às suas carreiras. Quase sempre descambam para o caricatural. Nao faltam exemplos disso. Atores sabem dissumular e quase sempre conseguem. Esperava o mesmo dela, mas desta vez fiquei surpreso. Já tinha ouvido à exaustão e adorado o disco “Four on the Floor” e estava ansioso pra ver a performance de Juliette à frente de sua banda. O show foi frenético com a cantora interagindo com o público e realizando performances dignas dos astros de rock como Jim Morrison e Kurt Cobain. Os Licks nao sao um primor de banda, mas também nao decepcionam com um show dançante, empolgante e com muito rock and roll. Juliette Lewis conversou com o público (disse que ser atriz foi um acidente, que sempre quis ser cantora para vir tocar no Brasil), saudou a todos segurando a bandeira brasileira e, em um excesso de entusiasmo, pulou na galera e cantou nos ombros de um fã. Li uma crítica dizendo que o show foi um enorme clichê, com atitides manjadas e uma banda sem talento. Não concordo. Foi atitude rocker o tempo todo, com a cantora dando a impressão de que estava realmente curtindo tudo aquilo. E deixou tudo bem claro quando tocou “Get up”, cujo refrão “now you’ve got yourself a rock and roll band” incendiou a tenda do TIM. A interação com o público veio instantanemente. Apresentação digna de Grammy e não de Oscar.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

¿Bienvenido a Chile?

Em breve, o pânico pelo qual passei para chegar a Santiago e as primeiras impressoes da Capital e do povo chileno.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Só pode ser brincadeira...

Para animar minha ida a Santiago, abro a página inicial do Terra e vejo duas reportagens em destaque:

"Dólar cai e tem menor cotação em sete anos" e "Chile tem ao menos 40 feridos em terremoto"

Vade retro, Murphy!

Visitante do dia...Parte LX


Presidente de Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Last night


Last night, I dreamed about us. When I woke up, I felt like crying.

Visitante do dia...Parte XLIX


Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O presidente Lula tenta convencer o Secretário Geral da ONU a realizar as reformas no Conselho de Segurança em busca de um assento permanente para o Brasil. Ban Ki-moon também visita usinas de etanol em São Paulo e está programada reunião com a Ministra Marina Silva em Belém.

domingo, 11 de novembro de 2007

Saravá!

Ontem, conheci uma Heloisa que namorou um Fabio e que vai casar com um Leandro.
Vixe!!!!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Email a um jovem aflito

Há um ano, na Nigéria, acho que no ápice da depressão causada por aquele lugar esquecido até por Mamon, escrevi um email. Era o Dia dos Mortos e muitas coisas passavam por minha cabeça: sentia falta de todos os amigos e de minha ex e escrevi o texto "Fuera de mi mundo". O email foi mandado para mim mesmo. Pedia que me confortasse, no futuro, acerca da coisas que me atormentavam naquele dia há um ano atrás. Esqueci o assunto em algum canto renegado nas "Pastas Particulares" do meu Outlook e lembrei quando ouvi no noticiário uma reportagem acerca do dia de finados.
Não publicarei o email escrito há um ano. Ele, foi em linhas gerais, curto e grosso. Perguntava se aquilo ia durar, se iria tirar alguma lição daquilo tudo, perguntava sobre a viagem à Europa que faria dali a vinte dias e como está minha vida depois de um ano. Publico a resposta.

Caro amigo aflito,

Antes de mais nada, alerto-o que farei referências na primeira e terceira pessoa do singular e outras na primeira do plural. Não se confunda, estarei falando da gente mesmo. Seja aí na Nigéria em 2006 ou aqui em Brasília em 2007.

Começarei sendo sincero, pois não gosto de protelar notícias ruins com arrodeios idiotas: não vão ser fáceis os dias que lhe restam no Golfo da Nigéria. Muito trabalho, muita solidão, muito desespero e poucos momentos de descontração. Mas a boa notícia é: EVERY LITTLE THING IS GONNA BE ALRIGHT a partir do momento em que você colocar os pés no Charles de Gaulle novamente. Muitas coisas boas vão acontecer a você na viagem pela Europa: sonhos vão ser realizados, irá conhecer pessoas interessantes, reencontrar outras maravilhosas, conhecerá lugares incríveis e se divertir loucamente. Alguns percalços, é verdade, devido à sua falta de atenção e distração (nós, definitivamente, precisamos da constante supervisão de adultos responsáveis), mas que apenas irão dar material para histórias hilárias. Haverá momentos em que se sentirá sozinho e outros em que você agradecerá aos céus por estar viajando sem companhia. Não conto mais para não estragar a surpresa.
Você vai, sim, manter sua palavra e escrever um email por dia pra C. Não espere o mesmo dela. Parece, amigo, que a essas alturas ela não se importa muito como você está se sentindo. Os emails dela vão deixar você confuso e esperançoso quanto ao futuro de vocês. Não vale a pena ficar assim. Não mesmo. Não haverá volta. Você ainda vai lembrar dela por muitas vezes na Europa e desejar que ela estivesse com você. Em Amsterdã, mandará um postal (não sei se ela chegou a recebê-lo) e comprará um presente para ela, assim como em Paris, mas nunca irá entregá-los. Em Praga, em um lugar chamado "La Bodeguita del Medio", irá escrever no livro de visitas que a ama e tirará uma foto para mostrá-la. Estavas confuso e sedento por uma pouco de paz; cansado e com saudades de casa e dos amigos. Você a amou, com certeza. Apaixonou-se rápido demais e conseguiu acalmar a paixão com a mesma rapidez (acho que essa é uma das vantagens de ser uma pessoa que se apaixona com facilidade: esquece com facilidade também). Na realidade, você nunca mais voltou a vê-la. Há alguns meses, ela retomou o contato e eu, já sem os rancores de outras épocas, tentei uma aproximação no intuito de ficar amigo dela (você sabe que ela é uma pessoa interessante, inteligente e com muito a dizer. Uma ótima companhia, enfim), mas acho que ela não quer a mesma coisa, sabe-se lá o porquê! Acho que ainda acredita que você a ama e isso a assusta. Fabio, you can be very creepy sometimes... Há uns dias, ela me disse que voltará para São Paulo. Isso me deixou triste, amigo. Não sei bem a razão, mas acho que você me entende.
Muitas outras mulheres passarão por sua vida. A maioria sem significado algum, algumas com quase nenhum e uma ou duas com algum impacto. Sabe a amiga de L. e J. que você conheceu pouco antes de viajar? Vais viver um romance de verão com ela (mais para romance de chuva de verão, devido à curta duração). Essa vai marcar, mas, também, por pouco tempo. Aqui para nós, ela meio doidinha! É, nós ainda nos sentimos, estranhamente, atraídos por malucas. Depois disso, somente em outubro irá encontrar (reencontrar, para ser exato) uma pessoa que te deixará abalado. Nos tornamos assim, "sentimentalmente ressequidos", como disse Benedetti em um livro irá receber de presente. Quanto a H., esta vai casar. Apesar de você saber há algum tempo da notícia (pelo Orkut), ela não consegue te dizer a novidade. Também não entendo o porquê.
Quanto às viagens, irá conhecer três países sul-americanos e passará momentos divinos em Buenos Aires! Mais malucas a caminho, cuidado! Irá a São Paulo três vezes, ao Rio outras duas e quatro ou cinco vezes a Salvador. No Rio, irá assistir ao Arctic Monkeys e ao The Killers (leia os posts mais recentes do nosso blog) e o êxtase vai tomar conta de você (falo do sentimento e não da droga, seu degenerado).
Os amigos continuam os mesmos: M. vai ser pai novamente, V. vai divorciar-se, B. está o mesmo mal-humorado de sempre. Aqui em Brasília, C. continua escrevendo e lamentando-se de tudo. Suas amigas A. e L. continuam a se apaixonar pelos mais incríveis idiotas. Não adianta, apesar dos nossos sábios conselhos, elas insistem em tomar a direção contrária, mas não perca as esperanças, pois, um dia, elas irão saber que você está sempre certo. Parece, amigo, que um cara, finalmente, conseguiu quebrar a crosta de concreto que cobria o coração de F. Ela finge que não, mas a gente sabe que, dessa vez, não teve escapatória.
Nossa família vai muito bem, e vamos ser titios em 2008! Não imagina a felicidade que irá sentir, colega.
A partir de março, irá morar sozinho e viverá uma fase de sua vida muito boa.
Agüente firme por aí amigo. Toda essa angústia vai passar e vai te ajudar a aproveitar mais a vida, a viver com mais leveza, a ser mais confiante e mais alegre. Tudo isso com muita intensidade, como aconselha o gênio Oscar Wild, pois a moderação é fatal.
Abraços.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

TIM Festival: Parte III: Arctic Monkeys


Os quatro rapazes de Sheffield subiram no palco cantando "This House is a Circus" do segundo disco "Favourit Wrost Nightmare" e a reação do público foi imediata: todos, surpreendentemente, cantavam a letra como se fossem nativos de algum país anglo-saxão. A banda que muitos consideram como a "salvação do rock" não decepciona ao vivo. A maestria musical do vocalista e guitarrista Alex Turner contagia. O cara toca muito! O baterista Matt Helders (21 anos!!!!!!) não é menos genial: os solos, especialmente em "A Certain Romance" (um dos pontos altos do show) e em "A View from the Afternoon" são tirados com fenomenal habilidade musical. Um dos melhores do mundo, sem medo de estar cometendo algum sacrilégio contra bateristas mais experientes. Os Monkyes atacaram com logo em seguida com "Brianstorm", também do segundo disco e os adolescentes presentes (cerca de 60% do público) gritavam e dançavam loucamente. Eu confesso: fiz o mesmo. Ainda mais depois de algumas doses de vodka. Impossível não se deixar levar pelo rock and roll tocado pelos meninos apenas de 21 anos de idade, em média. Pareciam meio tímidos em cima do palco, como adolescentes estreantes e não interagiram muito com o público alucinado. A partir da terceira música enlouqueci e perdi parte da compostura quando tocaram "Leave Before the Lights Come On". O show do Arctic Monkeys não é muito diferente dos disco em estúdio (somente notei arranjos diferentes em uma ou duas músicas), mas nem por isso o show deixou de empolgar a todos na tenda. Divertido, empolgante e musicalmente maravilhoso na melhor tradição do rock inglês. Cinco estrelas. E ainda tinha mais um dia de show e dois dias para curtir o Rio.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

LCD Soundsystem is palying at my house!!!!!!

A Banda LCD Soundsystem encerra a turnê mundial do ótimo "Sound of Silver" em Brasília no próximo dia 17 de novembro. Música de ótima qualidade no Planalto Central.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

TIM Festival - Parte II: Hot Chip

Às 21 horas rumamos à rua Saturnino de Brito no Jardim Botânico (sim, é a mesma rua em que era gravado o Show da Xuxa) para comemorar o aniversário de C. no Restaurante Saturnino. O motorista de táxi foi uma atração à parte: vinte anos, malandrão, sotaque carregado da zona norte e engraçadinho (fazia piadas sobre eu ser baiano e não ser da cor do Pelé e chacotas em relação à já folclórica preguiça do povo da terra de Todos os Santos). Não ficamos por muito tempo no aniversário. Somente o necessário para os comprimentos de praxe e mais uma dose de Absolut e com framboesa. Saímos direto para o TIM na Marina da Glória. A expectativa aumentava e, àquelas alturas já estava devidamente turbinado pelas bebidas russa e sueca. Confusão no trânsito, confusão para pegar as pulseiras dos shows e a graduação alcoólica no meu sangue foi diminuindo...
Quando chegamos à tenda dos shows, o Hot Chip já tinha começado a tocar. Sem problemas. Até aí. Mais vinte minutos na fila de bebidas e meu leve estado de embriaguez já tinha ido pro beleléu. Nada mais a fazer além de beber mais. Muito mais. E assim o fiz...
E assim curti o show do Hot Chip. Muito bom. Batidas eletrônicas, combinadas com um rock competente fizeram um show dançante e divertido. Quando o hit "Over and Over" tocou, a galera foi ao delírio e eu fui junto... Mas a atração principal daquela noite ainda estava por vir...