domingo, 14 de setembro de 2008

A real story of terror

13 de setembro de 2008. 6:30pm, Connaught Place, Nova Delhi, loja da Nokia. Dois casais vasculham os ultimos modelos de celulares lancados pela empresa finlandesa em loja lotada. La fora, o motorista, olha o relogio, faz as contas de quanto tempo falta para acabar o dia de servico e  observa a rua movimentada naquele sabado. Muitas lojas, restaurantes, bares e um parque fazem deste um dos lugares favoritos dos indianos e turistas durante o fim de semana. 
De repente, uma forte explosao espanta a todos. Os alarmes dos carros acionam conforme o deslcoamento do ar vai tomando o lugar. Curiosos correm em direcao a rua para investigar o origem do barulho. Nao conseguem. Estavam a uns 400 metros da origem da explosao. Esticavam o pescoco na tentativa de conseguir resolver o misterio que pairava na cabeca de todos. Os clientes pareciam tao desorientados quanto a multidao que agora se amontoava pelas calcadas e nas ruas. A segunda explosao faz com que todos na rua se abaixassem em sincronia. Puro reflexo. Inicia-se uma certa confusao. Rumores que a capital da India sofrera um atentado terrorista foi se espalhando. Na loja, um dos casais, alheio ao que acontecia, ou pelo menos tentando manter-se descrente de que algo poderia estar errado, procurava pelo modelo de celular que mais lhes aprovia. Desesperado, o motorista corre em direcao aos casais. A expressao de terror em sua cara traduziu perfeitamente o pessimo ingles falado pelo empregado. Era realmente um atentado terrorista. Tres dois mais movimentados lugares de Nova Delhi foram alvos da ignorancia dos homens e da intolerancia religiosa dos falsos intermediarios entre os Deuses e seus seguidores. Outras quatro bombas foram achadas e desarmadas em outros lugares de grande movimento.
25 mortos e mais de cem feridos... and counting

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Escapismo

Fugi das escandalosas e impressas em letras garrafais manchetes do Correio Brasiliense, do trânsito do Sudoeste, do bafômetro, das estúpidas leis distritais sem sentido algum que querem transformar Brasília em Londres, mas a deixam tal qual a Kabul do Taliban, das contas apertadas no fim do mês, daquele sigla idiota que é usada para fazer referência ao Governo do Distrito Federal,a qual me recuso a escrever, dos 500 sinais de trânsito sem sentido que separavam a minha casa do meu trabalho, da inabilidade do brasiliense para conduzir veículos motorizadios, daquela sala no 8º andar do Anexo I, da vista do Congersso Nacional, daquele corredor que liga o I ao II e que termina naquela lanchonete lotada de meninos de barbinhas por fazer e cuja certeza de que são importantes para o país ultrapassa os limites de minha paciência (ou do meu amor próprio), dos jornalistas pseudo-intelectuais que tomam um café à espera da próxima sessão, no Cine Academia de Tênis, do mais novo filme do Wong Kar-wai (Gus Van Sant e Chan-wook Park também servem), da nova geração de mentes brilhantes paulistanas trazidos ao Planalto Central por aquele aloprado pseudo-brasileiro de Harvard, do engarrafamento da 209 Sul, dos pretenciosos restaurantes de meia-tigela da Capital, do custo de vida parisiense em plena zona intertropical, da paisagem marciana dominante de junho a outubro, dos brasilienses carioca wannabe, da impáfia tupiniquim dos ricos e famosos de Brasília, dos flanelinhas descarados que infestam até as quadras residenciais, dos frequentadores do Pier 21, da Sabatash, da Trend, do Calaf e do Arena, de todos os brasilienses que se referem aos seus amigos e conhecidos somente pelo sobrenome, daqueles bares que ficam na beira da W3 Sul e que são mezzo carioca, mezzo paulista, dos pardais espalhados por toda parte, da burrice sem tamanho da polícia militar candanga, dos nomes idiotas das avenidas, viadutos, bairros e satellites cities do entorno, do Bom Dia DF, da Feira do Guará, dos Outdoors do Paulo Otávio, das horrendas quadras comerciais….
De todo o resto, sinto saudade imensa.