domingo, 25 de dezembro de 2005

Ah, se eu aguento ouvir.



Noite boa, cheia de pessoas que amo e whisky de ótima qualidade. Que mais posso querer? Essa é minha homenagem à grande família mais louca, esculhambada e cheia de gênios que já conheci.Ninguém precisa ser expert em Beatles ou boa música, mas quando eu não domino qualquer assunto, não arrisco minha reputação no meio de especialistas. Aconteceu ontem à noite.Natal. Família reunida e na televisão está rolando o que é obrigatório nas festas da família Pinheiro Lima: The Beatles.Primos e tios juntam-se em frente à televisão para cantarolar as músicas do DVD "Concert for George", enquanto o namorado de uma prima acomoda-se no sofá observando aquela adoração ao rock and roll e a músicos como Eric Clapton, Paul McCartney, Ringo Star e Billy Preston.A festa continua e quando "Something" vai ser executada, parte dos beatlesmaniacs reune-se em volta do aparelho televisivo para apreciar a música mais bonita de todos os tempos. É exatamente quando termina a música que o personagem coadjuvante dessa história entra em cena: o namorado de minha prima. Ele levanta do confortável sofá e depois de pegar a capa do DVD arrisca algumas palavras:- Muito bom. Quem são esse caras?Todos entreolham-se e não acreditam no que acabaram de ouvir. Eu tomei a frente e respondi antes que um dos meus primos esbravejassem diante de tamanha inocência, para não fazer uso da palavara "ignorância".- São Eric Clapton, Paul McCartney e Ringo.Nem citei Billy Preston, pois diante da cultura musical demonstrada pelo agregado, estaria pronunciando um santo nome em vão.

Continuei:
- É um show em homenagem a George Harrison, dos Beatles (esta última informação foi necessária para que meu interlocutor não passasse mais raiva aos meus familiares).Foi aí que aconteceu o pior. Sentindo-se seguro o suficiente para falar mais algumas palavras e, depois de examinar mais uma vez a capa do DVD (que tem a foto de George com sua guitarra na mão), o pobre rapaz arriscou:- Ah! Já sei. George era o baterista!A expressão de espanto foi ainda maior. Eu, constrangido e não podendo presenciar o massacre que viria a seguir, saí e fui comer um pedaço do tender preparado por minha avó.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Ecochatice

Fui convidado agora há pouco para um lanche no Gaspar e minha amiga pediu um misto quente. Lembrou-se de ter visto, na noite passada, um documentário chamado "A carne é fraca" e que não mais comeria carne . Aí começou um papo ecológico de que a agropecuária é responsável pelo desmatamento da Amazônia; que o peido do boi é 20 vezes mais poluente que o gás carbônico; que o pintinhos não escolhidos para o abate são triturados para servirem de alimento para os outros frangos; que as galinhas por comerem os pintinhos triturados começaram a criar um instinto canibal e comem as outras galinhas; que os bezerros são criados no escuro e somente com leite para que o Baby bife seja macio; que as vacas correm atrás dos caminhões que levam seus filhos para o abate etc. Fora o discurso sobre a exigüidade da água potável. Nossa! Foram longos 30 minutos tentando me convencer daquela babaquice. Não agüentava mais!

Se ela está com dor na consciência por comer carne, não deveria dirigir carro, comprar móveis, utilizar papéis não recicláveis, deveria fazer coleta seletiva e deixar o MRE e alistar-se no Greenpeace ou na WWF ou morar no meio da floresta com qualquer tribo indígena. Não questiono a importância da discussão, mas tudo tem um limite principalmente porque se a minha paciência para qualquer tipo de discurso político é pouca, imagine quando estou com a perna inflamada por causa de um agente sanitário que não sabe fazer direito o trabalho dele, com dores nas articulações e febre terrível. Amigos deveriam ser proibidos de conversar coisas sérias. Deixem isso para o trabalho. Discutir a política do nosso país e do mundo em qualquer ambiente é chato e pode causar divergências sérias.

Não concordo que discutir coisas relevantes com os amigos vai trazer qualquer benefício para a amizade. A amizade é feita para ser celebrada e acho que quando, em roda de amigos, alguém quer conversar sobre política, economia ou outro assunto sério, quer apenas arrotar conhecimentos lidos na Veja ou vistos na resenha diária de Miriam Leitão (deveria chamar-se Miriam Jumenta) no Bom Dia Brasil. Eu nunca começo uma conversa séria com meus amigos e, quando uma surge durante o choppinho de fim de semana ou lanche matinal, procuro debelá-la rapidamente. Desta vez não consegui. Estava muito fraco para tanto e aquele papo enfraqueceu-me mais ainda. Boquinha de criptonita, miserável.

Haja paciência!

Missão Eventual junto à Embaixada do Brasil em Dacar.

A ansiedade continua a aumentar na medida em que chega a hora de embarcar rumo ao Senegal. Informações colhidas na internet fizeram com que eu ficasse um pouco mais tranqüilo (se é que podemos confiar no que encontramos na rede mundial de computadores). O Senegal passou na mão de Portugal, Holanda e, finalmente, os franceses dominaram o país a partir de meados do século XIII, até a sua independência em 1960. Dacar, importante porto africano, é uma cidade, segundo informações colhidas, muito aprazível e bonita. Brisa suave ameniza o calor dos meses de novembro a junho. As informações sobre a população não são muito precisas: alguns sites dizem que a porcentagem de muçulmanos na população senegalesa chega 92%; outros afirmam serem os muçulmanos 84% da população. De qualquer maneira, melhor deixar minhas camisas do Krav Maga no Brasil. A etnia Wolof representa cerca de 40% dos senegaleses. Alguns pontos turísticos são famosos com o Ilha de Goreia (significa "o porto", em holandês) na qual os escravos esperavam, em condições subumanas a partida para a Lousiana e Haiti. Mas todos me dizem para tomar cuidado com a água e a comida. Parecem não merecer muita confiança. Fui orientado a só tomar água mineral e comer aquilo que a Chancelaria me oferecer. Seguindo orientações médicas, tomei seis vacinas diferentes antes de enfrentar o continente negro (febre amarela, meningocócica, febre tifóide, pólio, anti-tetânica e hepatite B... "e o pulso ainda pulsa") . Talvez seja a melhor viagem de minha vida. Primeiro porque vou ganhar milhas, diárias muito boas e ficar em um hotel muito bom. Segundo porque acho que vou me sentir em casa (Salvador) e conhecer muito sobre a cultura africana, além de aprimorar meu francês.
Apesar de não ser minha primeira vigem internacional sozinho (depois eu conto), esta está me deixando particularmente nervoso. Vou a trabalho. Não sei quantos dias eu vou realmente ficar e não sei direito o que me espera na Chancelaria e na Residência.
Vou tentar atualizar o blog por lá, mas não sei se vai ser possível. De qualquer maneira, vou ter muito material para colocar aqui quando voltar.
E uma pergunta: por que será que quando eu digo a alguém que vou para o Senegal, a pessoa o canta "ser negão no Senegal deve ser legal" ou "Sené, Sené, Sené, Sené, Senegal, diz povão Senegal região"? Já ouvi trilhões de vezes. Não agüento mais. Acho que vou dizer que vou para a Nigéria. Não conheço nenhuma música que fale sobre a Nigéria.

sábado, 19 de novembro de 2005

Reflexão apenas.

Do livro 1984 de George Orwell: " Compreendo como: não compreendo porque."
Parece que tudo funciona desse jeito para mim...

Experiência própria

Procurar um psicólogo para resolver os problemas que atormentam sua mente, não adianta. O profissional vai ajudar a entendê-los e não possui o poder para solucioná-los. Depende do paciente absorver e entender os problemas para, assim, achar saída.
Já entendi os meus, mas não está fácil solucioná-los.

Inside Deep Throat






Máfia, investigações do FBI, muito dinheiro, intervenção direta do governo de Washington, grandes julgamentos, interferência da Suprema Corte, agitação social, reportagem no NY Times, grupos feministas e de direita agindo com todo seu furor conservador, prisões e reações dos grupo de apoio à liberdade e de celebridades e, finalmente, a mesma discussão idiota que surge nos EUA quando a "moral" ianque é posta em dúvida. Roteiro de mais um sucesso hollywoodiano? Não. Um filme pornô. É a história do maior de todos. O filme mais lucrativo da historia do cinema! Custou a bagatela de US$ 25 mil e rendeu incríveis US$ 600 milhões desde o seu lançamento em 1972! Toda essa história está contada no espetacular documentário "Por dentro do Garganta Profunda", produzido por Brian Grazer, vencedor do Oscar em 2001 pelo chato e deprimente "Uma Mente Brilhante". Perdi as apresentações do filme no FIC – Brasília deste ano, pois, devido ao título do filme, não consegui arrastar nem meu amigo Kirisoré para a sala de cinema. Muito bom, cinco estrelas.
Recomendo fortemente.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

O Motel - Luis Fernando Veríssimo

Nao quero ficar colocando textos de outras pessoas no blog, mas como me fez dar risada (e não são muitas coisas que me fazem rir ultimamente) e Luís Fernando Veríssimo não é, de longe, pessoa qualquer, resolvi postar o texto.

O Motel - Luis Fernando Verissimo

- Viram teu marido entrando num motel.
A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos.
Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto, um minuto e
meio.
Depois pediu detalhes.
-Quando? Onde? Com quem?
- Ontem. No Discretíssimu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei.
- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?
- Não sei, Lu.
- Carlos Alberto me paga. Ah, me paga.
Quando o Carlos Alberto chegou em casa a Lurdes anunciou que iria
deixá-lo e contou por quê.
- Mas que história é essa, Lurdes?
Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel? Era você!
- Pois é. Maldita hora em que eu aceitei ir.
- Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me
identificaram.
Pois então?
- Pois então, que eu tenho que deixar você. Não vê?
É o que todas as minha amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de
ser enganada pelo marido e não reagir.
- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!
- Mas elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Lurdes! Você vai desmanchar nosso casamento por
isso? Por uma convenção?
- Vou!
Mais tarde, quando a Lurdes estava saindo de casa,com as malas, o
Carlos Alberto a interceptou. Estava sombrio:
- Acabo de receber um telefonema - disse. - Era o Dico.
- O que ele queria?
- Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que,como meu amigo,
tinha que contar.
- O quê?
- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's ontem, com um homem.
- O homem era você!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Você não disse que era você?
- O que? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha
própria mulher?
- E então?
- Desculpe, Lurdes, mas..
- O quê???
- Vou ter que te dar uma surra...
(Luiz Fernando Veríssimo)
Conclusão : "Devemos cuidar apenas da nossa saúde, porque da nossa
vida, todo mundo cuida."
Por isso não tenho Orkut!

terça-feira, 15 de novembro de 2005

"We're the substitute people"

Uma paradinha na análise de uma baixa de aparelhos de fax da Embaixada em Hanói para escrever um pouco sobre algo que me fez refletir depois que assisti ao filme "Elizabethtown".
Trata-se da questão das pessoas substitutas. Em certo ponto do filme, a personagem da charmosa (e só) Kirsten Dunst diz ao personagem do ator médio (e só) Orlando Bloom: "We're the substitute people".
Ela quis dizer que eles nunca são ou serão as primeiras opções das pessoas para um relacionamento amoroso. São apenas aqueles aos quais as pessoas com coração partido recorrem quando precisam de algo a mais que um ombro amigo. Um passatempo, estepe, segunda opção, reserva de mercado, plano B. São descartáveis, porém paradoxalmente reutilizáveis. Um amaciador de ego torturado.
Muitas pessoas alimentam-se do amor alheio. Quando o incrível ego do "vampiro" foi magoado, há sempre a possibilidade do estepe estar disponível para uma noite no qual ele(a) vai saciar sua sede por amor e carinho e, no dia seguinte, com forças renovadas para encarar a rotina, nem se incomoda em ligar para "seu energético".
Mas não somos todos vampiros do amor alheio? Não somos todos desprezíveis a ponto de querer o amor das pessoas para nós? Não estamos sempre procurando um amor para fugir de algo? Fugir do temor da solidão, da angústia que é ficar sozinho e aprendermos um pouco mais sobre nós mesmos.
Também acredito que em relacionamentos duradouros há sempre pessoas substitutas. Substitutas não sentido de "brinquedo descartável", mas no sentido de que, no fundo sempre estamos fugindo de algo e, por isso, escravizamos o amor das pessoas.
Somos todos substitutos. De um modo ou de outro. Triste, não?

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Coisa que eu adoro - Parte Final.

Resolvi não mais colocar as coisas que eu adoro aqui no blog. Vai parecer perfil do Orkut.

Homenagem merecida


Qual a razão do título deste blog? O intuito foi fazer homenagem a um baiano chamado Cipriano José Barata de Almeida (1762-1838). Médico de formação, Cipriano Barata foi também político e jornalista. Foi deputado nas Cortes de Lisboa e na Assembléia Constituinte do Rio de Janeiro. Conhecido como " o homem de todas as revoluções" por causa de sua participação na Conjuração Baiana de 1798, na Revolução Pernambucana de 1817 e influência marcante na Confederação do Equador, Cipriano começou, a partir de 1823 a publicar o periódico "Sentinela da Liberdade" no qual tratava com rispidez o governo Imperial. Preso em 1823 no Recife devido aos ideais republicanos impressos no seu jornal, o jornalista baiano passou a publicar, na prisão, o periódico "O Sentinela da Liberdade da Guarita de Pernambuco". Cipriano Barata ficou preso de 1823 a 1830 em diversas fortalezas, fortes e prisões. Parece que quando alguma agitação social estava acontecendo onde Cipriano estava preso, o governo tratava logo de transferi-lo. Dizem que, quando preso no Rio de Janeiro, Cipriano conseguiu convencer os soldados e sublevar o quartel no qual estava encarcerado. É só uma homenagem simples e merecida. Não quero influenciar ninguém ou começar revolução alguma.

Lord of War

Assiti ao filme O Senhor das Armas na mais fina companhia. Antes de dar meu veredito, farei alguns contários acerca dos títulos dos filmes. Gostaria de conhecer a pessoa que coloca os títulos em português nos filmes aqui no Brasil. Não me parece que seja necessário para o trabalho um diploma em Havard ou Yale (no filme "Voluntários da Fuzarca", a dublagem pronunciava "Iale". Meu deus! Não existe supervisor de dublagem?). Como alguém, em sã consciência, pode traduzir "Lord of War" para "Senhor das Armas"? Será que quis pegar carona no sucesso do Senhor dos Anéis? Será influência da propaganda do referendo da armas (A Revolta da Vacina II)? Acho que o tradutor só está querendo gozar com a nossa cara. Alías, a maioria deve fazer de propósito. Não é possível. Aí vão alguns exemplos:
"The Godfather" - O Poderoso Chefão (nome horroroso);
"Sleep Hollow" - A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (sem cabeça é quem inventou isso);
"A Hard Day's Night" - Os Reis do iê, iê, iê (parece filme de Xuxa);
"Nowhere in Africa" - Entre Dois Amores (entre a demência e a ignorância);
"Elizabethtown" - Tudo acontece em Elizabethtown (o interessante é que nada acontece em Elizabethtown);
"Monster's Ball" - A Última Ceia (tudo bem que o nome dado à última refeição do preso a ser executado é chamada "monster's ball", mas o título caberia melhor naqueles filmes de sessão da tarde na sexta-feira da paixão. O filme, garanto, tem cenas nada cristãs)
Ah, quanto ao filme O Senhor das Armas, duas palavrinhas: very dull. Se você assistiu de graça, peça o seu tempo de volta. Se não assistiu de graça, não há nada que se possa fazer. Que sirva de lição.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Fique de olho.

Eu imagino se as notícias "Os dólares de Bill Clinton para financiar a campanha de FHC" ou "Escândalo no processo de privatizações da Vale e das Teles" seriam capa da Veja.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Falha de caráter

Sabe aqueles momentos no qual você se sente à vontade para conversar sobre qualquer coisa? Há momentos, geralmente regados a cervejas, em que não temos vergonha de falar sobre tudo. Estava conversando com algumas pessoas acerca de falha de caráter.
Fiquei muito feliz em saber da falha dos outros: Britney Spears, Fábio Jr., Maria Rita (brega até a alma!), Calipso, Ray Conniff, Cher (essa foi foda!), Bon Jovi, além de outro astros...
Concordamos que gostar de Roupa Nova não é falha de caráter.
Ah! A minha? Alejandro Sanz. Visto o que precede, fiquei más tranquilo

How to be good

Não se deixe enganar: o título não é referência ao livro de Nick Hornby (que, por sinal, todas as pessoas deveriam ler antes dos trinta, mas só serve se for antes dos trinta).
Com a minha fama de mal-humorado, achei conveniente colocar o texto abaixo aqui. Achei muito bom!
Está aí para o seu julgamento.
" - Por que a gente não teria o direito de criticar, de achar certas pessoas babacas e fracas, sob pretexto de que teríamos um clima pesado e ciumento? Todo o mundo se comporta como se fôssemos todos iguais, como se fôssemos todos ricos, educados, poderosos, brancos, jovens, belos, machos, felizes, como se todos estivéssemos com boa saúde, como se todos tivéssemos um carrão... Mas isso, obviamente, não é verdade. Por isso, tenho o direito de gritar, de estar de mau humor, de não sorrir idiotamente todo o tempo, de dar a minha opinião quando vejo coisas não-normais e injustas, e até de insultar as pessoas. (Clémence)
- Estou de acordo, mas... isso é fatigante. Podemos fazer de um jeito melhor, não? (Antoine)
- Você tem razão - concedeu Clémence. - É idiota gastarmos toda a nossa energia com coisas com as quais não vale a pena gastá-la. Mais vale guardarmos nossas forças para nos divertir. (Clémence)
- E para passear na margem do rio. (Antoine)."
"Como me tornei estúpido" de Martin Page, p. 155".
Só não concordo com Antoine: para mim, fingir que concordo com aquela pessoa idiota que diz besteiras acerca de política, economia, diplomacia e bruxaria é muito mais desgastaste do que fazer cara de bonzinho e concordar com a enxurrada de asneira. É por isso que escolho bem os meus amigos...
Eu quero ser mal-humorado, estar de mal com a vida, criticar, fazer cara feia, não concordar...
Até porque eu tenho energia de sobra para fazer tudo isso, divertir-me e para passear na margem do rio (no meu caso, na margem do Lago Paranoá).

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Da série grandes Tchecos.

Para Milan Kundera, tudo aquilo que escolhemos pela leveza acaba se revelando de um peso insustentável. Só que o peso da escolha pela leveza é imediatamente sentido por aqueles que foram vítimas da escolha.
Viva, Kundera! Apesar do livro se referir muito à opressão "versus" liberdade e ser ambientado nos conturbados anos de 68 na ocupada Tchecoslováquia, a escolha e suas conseqüências são temas recorrentes e, talvez, a principal vertente do livro. A escolha pela leveza (interpretação minha) é feita num momento de inflexão, de indecisão e confusão mental que nos deriva ao "peso" da escolha feita erradamente.
Sendo assim, é provável que várias vezes podemos escolher ser felizes. Só questiono a oportunidade de acertarmos novamente com as pessoas que foram afetadas por nossa leveza. Tudo deixa marcas. Cabe àqueles que afetamos aferir a profundidade da ferida e a disposição de perdoar-nos, mas, repito, tudo que fazemos deixa marcas.
Devemos ter cuidado, porém, para não tratarmos a vida com a leveza das escolhas erradas. Só assim poderemos ser felizes.

sábado, 8 de outubro de 2005

Coisas que eu odeio – Parte II. Comidas.

Milho, azeitona (preta, verde, amarela, rosa...), sarapatel, boliviano, ervilha, palmito, rúcula, buchada (de boi, bode, rato, urubu...), dobradinha, chuchu, maxixe, jiló, bacalhau, aqueles salgadinhos que parecem uma trouxinha que leva uva-passa e pimenta, frutas e uva-passa na salada (maçã, abacaxi, pitomba... Quem foi o chef que inventou esta loucura. Não combina. Não adianta insistir), frutas cristalizadas, panetone (como é que alguém pode gostar daquele pão com gosto de mofo?), qualquer tipo de cogumelo (champion, Shiitake, Shimeji, Portobello, Pleurotus salmão, Paris, Enoki, Erinki), crepe (massinha nojenta), gnocchi.

Portanto, nunca me convide para comer um crepe de quatro cogumelos. Acredite, já aconteceu!

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Itamaratale

Interromperei a série "Coisas que odeio" para relatar algo que me aconteceu hoje à tarde.

Que mulher grossa é aquela responsável pela emissão das Carteiras Funcionais do DP? Mais grossa que papel de enrolar prego! Observem o diálogo travado esta tarde:

- Boa tarde – diz o inocente e recém-empossado Oficial de Chancelaria. Recebi um recado que algúem do DP ligou para mim. Talvez seja referente à Carteira Funcional.
- EU NÃO LIGUEI PARA NINGÚEM! QUEM LIGOU PARA VOCÊ? – esbravejou a experiente funcionária do MRE.
- A minha colega só me disse que tinham ligado para mim.
- E O QUE ESTAVA ESCRITO NO RECADO? – gritou a já sem paciência funcionária dos quadros do Serviço Exterior, como se toda a ligação ou recado que proviesse do dito - Departamento merecesse a classificação confidencial.
Ela não anotou, somente me passou o recado.
- COMO É O NOME DA SUA COLEGA?
- Rafaela.
- DIGA A ELA QUE QUANDO ELA RECEBE UM RECADO, DEVE ESCREVÊ-LO PARA QUE NÃO PASSE A INFORMAÇÃO ERRADA.
- Está bem, mas a senhora poderia verificar se foi realmente referente à Carteira?
- COMO É SEU NOME?
- Fábio.
- NÃO.

- NÃO TEM NENHUM FÁBIO!
- Fábio Augusto, talvez.
- ESPERE!
Eu tinha razão. Ela achou minha Carteira e pôs-se, com uma cara de fazer inveja a qualquer Carranca de embarcação do Velho Chico, a fazer os procedimentos de praxe. Melecou os meus dez dedos da mão com uma tinta – tenho a esperança de que até o próximo Natal ela já tenha saído das minhas falanges – e, com a delicadeza de uma Jubarte, tirou as minhas digitais.

Não satisfeita, a Cuca ainda tirou mais uma impressao digital do meu dedão para a Carteira. Com sua sutileza de um Boeing 747, melecou minha carteira toda. Crazy Bitch!

- ATRÁS DO ELEVADOR TEM UM BANHEIRO. VAI LAVAR A MÃO E VOLTE AQUI!
Como?
- ATRÁS DO ELEVADOR TEM UM BANHEIRO. VAI LAVAR A MÃO E VOLTE AQUI!
Saí correndo e, quando voltei, ela já tinha preparado a minha Carteira. Saravá

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Coisas que eu adoro! - Parte I

Mais uma interrupção na minha onda de ódio e descontentamento. Seguindo sugestões, irei relatar algumas coisas que adoro fazer. Se o que eu não gosto diz respeito a ninguém, imaginem o que eu amo.
Minha mãe, meu pai... Ah! Não costumo ser muito óbvio, por isso vou pular esse momento novela das 8.
Vamos lá, então.
Adoro almoçar aos sábados no Shopping e, logo após, ir assistir a primeira sessão daquele filme concorrido que estreou na sexta feira. É incrível, mas a sala está sempre vazia. Quem conviveu comigo durante muito tempo em Salvador sabe que sempre faço isso. Depois, é só ir para casa e dormir o resto da tarde. Nada melhor

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Coisas que eu odeio – Parte I

Começo hoje a relatar uma série de coisas que me irritam profundamente. Essa é a Parte I de, vocês verão, inúmeras Partes que irão tomar conta deste espaço. São atitudes, gestos e situações que me deixam mais puto do que analisar o Inventário da Embaixada de Roma. Acho que estou ficando velho. Costumo dizer quer a medida da velhice é a falta de paciência para certas situações do cotidiano. Se for assim, "nasci há dez mil anos atrás".

A coisa que vem imediatamente à minha cabeça é a abominação que sinto pela mania de certas pessoas em completar frases com expressões em inglês.
"Você supouses demais!"
"Hoje você está muito irritated".

- É você, com essa mania de falar assim, que me deixa irritado, diria eu.

Outra coisa: não conheço quase ninguém que trabalhe pouco. Todos estão, sempre atolados de trabalho.
"Estou tão estressado com tanta coisa para fazer"
"Você sabe que horas eu saí do trabalho ontem? Às dez da noite"
"Não vou poder almoçar com você. Meu chefe quer essa minuta até às 15 horas, pois ele tem uma reunião com o Secretário-Geral e tenho que me matar para prepará-la. Vou pedir um sanduíche no Gaspar e só."

- Você trabalha no DT – Departamento da Tortura?, indagaria eu.

Mentira pura. Não há urgência no serviço público que impeça o almoço do servidor. Essa mania de querer dizer que trabalha mais que o outro é das competições mais estúpidas que existe.

- Você acha que é melhor do que alguém só porque trabalha um pouco mais? Eu ganho o mesmo que você e trabalho a metade. Quem é que leva vantagem? Quem é que se dá melhor? Eu, claro!, arremataria eu.

domingo, 17 de julho de 2005

Definitely.

"I tell you folks, it's harder than it looks:It's a long way to the top if you wanna rock 'n' roll."

AC/DC

sexta-feira, 15 de julho de 2005

Eu prometo:

1- Não cometer homicídio qualificado contra a língua portuguesa (ou será brasileira?), mas nada impede que eu a machuque um pouquinho;

2 - Não escrever "naum", "gentiiiii", "migaaaa", "fds", "heheh" e outros vícios da liguagem internética que só fazem ajudar a aumentar o nível de mediocridade do brasileiro;

3 - Não ecreverei como um DiSlexO que não sabe as regras mínimas sobre letras maiúsculas e minúsculas;

4 - Não enviarei e-mails para meus amigos avisando deste blog, pois acredito que o que eu tenho a dizer só deverá ser lido por pessoas escolhidas a dedo e não por todos os membros do Orkut (o qual desisti de participar, portanto não adianta procurar-me no "friend finder");

5 - Escreverei palavras inúteis e muita besteria também, afinal só eu as lerei;

6 - Quando passar no Rio Branco, comerei água do dia do resultado até o da posse, inclusive;

7 - Chega, já fiz promessas demais.