segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Comédia da privada (de tranquilidade)

Segunda-feira, 9 da manhã.
Lá fora, a mistura de "fog" com poluição deixa o tempo frio com aspecto de filme do John Carpenter.
Desço para ir ao trabalho e sou surpreendido com o seguinte probleminha: meu motorista trancou o carro com a chave dentro e, por uma dessas ironias do destino, deixou o motor ligado. Atordoado e diante do sentimento de indignição que me tomou conta, ligo para uma empresa de táxi. Segundo a atendente, "não havia veículo disponível para minha área e não seria possível mandar um táxi de outra área para minha residência" (!!!!). Imagino que se um táxi "invadir" área que não designada para seu veículo, combustão espontânea toma conta do carro e do motorista e ele terá uma audiência com Krishna. Tive que recorrer à boa vontade um colega para ir ao trabalho.
O que mais me impressionou, no entanto, foi minha reação diante do problema: não lancei impropérios impublicáveis ao motorista, não voei no pescoço dele, nem impus setença de auto-flagelação ao retardado.
Simplesmente, disse que queria que o problema fosse resolvido. Com calma, sem gritos.
Problemas corriqueiros na Índia, como marcar com o encanador ao meio-dia e o cara aparecer às nove da noite, mandarem um eletricista para resolver um problema em um colchão, pedir pizza família e receber pequena, ter cortados o telefone e a internet mesmo com a conta paga são perfeitamente aceitáveis. Ora, começar a semana com um probleminha desses é algo normal em Nova Delhi. Quando algo do tipo acontece, a sensação que agora me vem é a mesma que me toma conta quando fura um pneu do carro: não gosto, até xingo, mas também não vou sair dando tiros por aí ou esbofeteando todos a minha frente. Aqui é assim e é inútil querer lutar contra.
Mais uma semana animada começa na Índia!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

"And so this is Christmas..."

Em Nova Delhi, apesar de não parecer, também é natal. Eu e Nati vamos sair para jantar hoje à noite. Só os dois, com a sensação de que a gente não precisa de mais nada.
Abaixo, um video pra comemorar a data.
Feliz Natal.

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domingo, 16 de novembro de 2008

"If I could see all my friends tonight..."

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Top 10 gigs

Cresci em cidade na qual a cena rock and roll não representa mais que curta metragem que só passa em muquifos de quinta… Atrações internacioais, só acompanhadas de show do Chiclete com Banana ou Ivete Sangalo. Há uns dez anos atrás, um boato de que haveria um “Rock in Rio” em Salvador foi apenas um alarme falso. O único “Rock in Rio” na cidade do carnaval foi uma franchise do bar/restaurante da Cidade Maravilhosa. Por minha terra, somente passaram o Menudo, Information Society (show com Daniela Mercury), Ah-Ha, Man at Work, Take That, Fatboy Slim (em cima de um trio elétrico) e alguns reggae men de respeito. Soube que o Depeeche Mode fez um showzinho por lá, mas duvido.  Em terra de axé, quem tem uma guitarra distorcida é rei (pelo menos para mim). Abaixo, os melhores shows já presenciados por mim. Muitas vezes, não necessariamente sabia o que estava se passando no palco.

10º  - Cake. Goiania (04/08/2005)
Noite fria, sem muita graça e show sem muita empolgação. Valeu por ouvir a magistral versão de “I Will Survive” ao vivo.
9º - Hot Chip. Rio de Janeiro (26/10/2007)
Primeira noite do Tim Festival do ano passado. Show dançante e empolgado. A música é muito boa, mas o  público não ajudou muito.
8º - Franz Ferdinad. São Paulo (20/02/2006)
Nas CNTP, este show estaria mais bem colocado, mas a noite começou com muita confusão, com ingressos falsos, perda de celular e muitas preocupações. Apesar de eu não estar muito no clima, os caras fizeram estrago e o U2 teve que se esforçar para manter o nível no show que seguiu.
  - Julliete and The Licks. Rio de Janeiro (27/10/2007)
Bom nível musical, muito rock and roll, atitude, ótima companhia. Show maravilhoso e noite perfeita.
6º - Fatboy Slim. Brasília (18/02/2006)
Noite pra ser lembrada: show maravilhoso, amigos pro toda a parte e uma “balinha”para acelerar a noite… Incrível!
5º - The Killers. Rio de Janeiro (27/10/2007)
A empolgação, as circunstâncias, o estado de espírito, a companhia, a música…Tudo muito bom!
4º -  Arctic Monkeys. Rio de Janeiro (26/10/2007)
Uma das minhas bandas favoritas! Os caras têm habilidade instrumental e musical fora do normal. Show inteiro cantado pelo público alucinado. E eu me deixei levar…
3º - U2. São Paulo (20/02/2006)
Bem…U2, né?
2º - LCD Soundsystem. Brasília (16/11/2007)
A música da banda de NY é, sem rodeios, fenomenal. O show foi, sem exageros, um dos pontos alto do ano passado. Além disso o local,  Marina Hall é o melhor lugar da capital federal para shows. O público era selecionadíssimo, o que em brasília é algo muito raro de se ver. Som enlouquecedor em show quase que intimista. Era como se estivéssemos em festinha de amigos e o LDC playing in my house! Assistir a outro show deles é uma promessa que fiz e não morro sem cumprir. De lá, fui direto para o aeroporto rumo ao Chile. Noite pra ser revivida com saudosismo pelo resto da vida.
1º The Police. Santiago, Chile (05/12/2007)
O meu estado de espírito e a cidade pesaram na hora de classificar o show do The Police no topo deste humilde top 10. O Estádio Nacional do Chile quase veio abaixo com o som magistral do retorno do Police. Acomodado na platéia, cantei e vibrei com a múscia de uma das maiores bandas dos anos 80. Fechou com chave d eouro minha estadia na surpreendente Santiago. Apesar de não estar na companhia dos amigos que me acompanhavam nos shows, fiquei fascinado com o show. As músicas eram cantadas em coro pelo público alucinado. Noite memorável!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Fica pra próxima...

1 de outubro. Começo a preparar minha ida de final de ano a Salvador. Há cinco anos, faço o mesmo: planejo minha viagem sempre para os dias 19 ou 20 de dezembro, meu aniversário. Já começo a perguntar aos colegas o período que vão tirar o recesso de fim de ano, faço a tabela das folgas e tudo fica acertado com muita antecedência. Sempre consigo acertar o melhor período para ficar até o dia 3 de janeiro, aniversário de minha querida mãe. Prometo descontar os dias quando for tirar férias e consigo ficar um pouco mais em minha terra. Entrei no site do Gol e pesquisei as passagens no trecho BSB - SSA só pra ter a sensação de que planejava minha ida à Bahia. Achei os melhores preços, pois sempre escolho o vôo das 15:30h, mais barato, e chego a Salvador uma hoa e meia depois (às 16:00h, por causa do horário de verão),  no final de tarde. Fui até aí... Fechei o browser e encarei a realidade. Este ano, planejo as minhas férias por aqui. Certeza, até agora, é que não sairemos da Ásia.
Bem, fica pra próxima.

domingo, 14 de setembro de 2008

A real story of terror

13 de setembro de 2008. 6:30pm, Connaught Place, Nova Delhi, loja da Nokia. Dois casais vasculham os ultimos modelos de celulares lancados pela empresa finlandesa em loja lotada. La fora, o motorista, olha o relogio, faz as contas de quanto tempo falta para acabar o dia de servico e  observa a rua movimentada naquele sabado. Muitas lojas, restaurantes, bares e um parque fazem deste um dos lugares favoritos dos indianos e turistas durante o fim de semana. 
De repente, uma forte explosao espanta a todos. Os alarmes dos carros acionam conforme o deslcoamento do ar vai tomando o lugar. Curiosos correm em direcao a rua para investigar o origem do barulho. Nao conseguem. Estavam a uns 400 metros da origem da explosao. Esticavam o pescoco na tentativa de conseguir resolver o misterio que pairava na cabeca de todos. Os clientes pareciam tao desorientados quanto a multidao que agora se amontoava pelas calcadas e nas ruas. A segunda explosao faz com que todos na rua se abaixassem em sincronia. Puro reflexo. Inicia-se uma certa confusao. Rumores que a capital da India sofrera um atentado terrorista foi se espalhando. Na loja, um dos casais, alheio ao que acontecia, ou pelo menos tentando manter-se descrente de que algo poderia estar errado, procurava pelo modelo de celular que mais lhes aprovia. Desesperado, o motorista corre em direcao aos casais. A expressao de terror em sua cara traduziu perfeitamente o pessimo ingles falado pelo empregado. Era realmente um atentado terrorista. Tres dois mais movimentados lugares de Nova Delhi foram alvos da ignorancia dos homens e da intolerancia religiosa dos falsos intermediarios entre os Deuses e seus seguidores. Outras quatro bombas foram achadas e desarmadas em outros lugares de grande movimento.
25 mortos e mais de cem feridos... and counting

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Escapismo

Fugi das escandalosas e impressas em letras garrafais manchetes do Correio Brasiliense, do trânsito do Sudoeste, do bafômetro, das estúpidas leis distritais sem sentido algum que querem transformar Brasília em Londres, mas a deixam tal qual a Kabul do Taliban, das contas apertadas no fim do mês, daquele sigla idiota que é usada para fazer referência ao Governo do Distrito Federal,a qual me recuso a escrever, dos 500 sinais de trânsito sem sentido que separavam a minha casa do meu trabalho, da inabilidade do brasiliense para conduzir veículos motorizadios, daquela sala no 8º andar do Anexo I, da vista do Congersso Nacional, daquele corredor que liga o I ao II e que termina naquela lanchonete lotada de meninos de barbinhas por fazer e cuja certeza de que são importantes para o país ultrapassa os limites de minha paciência (ou do meu amor próprio), dos jornalistas pseudo-intelectuais que tomam um café à espera da próxima sessão, no Cine Academia de Tênis, do mais novo filme do Wong Kar-wai (Gus Van Sant e Chan-wook Park também servem), da nova geração de mentes brilhantes paulistanas trazidos ao Planalto Central por aquele aloprado pseudo-brasileiro de Harvard, do engarrafamento da 209 Sul, dos pretenciosos restaurantes de meia-tigela da Capital, do custo de vida parisiense em plena zona intertropical, da paisagem marciana dominante de junho a outubro, dos brasilienses carioca wannabe, da impáfia tupiniquim dos ricos e famosos de Brasília, dos flanelinhas descarados que infestam até as quadras residenciais, dos frequentadores do Pier 21, da Sabatash, da Trend, do Calaf e do Arena, de todos os brasilienses que se referem aos seus amigos e conhecidos somente pelo sobrenome, daqueles bares que ficam na beira da W3 Sul e que são mezzo carioca, mezzo paulista, dos pardais espalhados por toda parte, da burrice sem tamanho da polícia militar candanga, dos nomes idiotas das avenidas, viadutos, bairros e satellites cities do entorno, do Bom Dia DF, da Feira do Guará, dos Outdoors do Paulo Otávio, das horrendas quadras comerciais….
De todo o resto, sinto saudade imensa.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Calendario


De 23 a 27 de junho – Pretoria - Africa do Sul
De 27 junho a 08 de julho – Brasilia (alguem tem que trabalhar nessa casa!)
De 09 a 24 de julho – Ciudad Guayana – Venezuela
De 24 a 29 de julho - Brasilia
29 e 30 de julho - Lencois – Bahia
De 30 julho a 06 de agosto – Salvador
De 06 a 10 de agosto - Brasilia
De 11 de 15 de agosto – NYC
De 15 a 18 de agosto – Miami
De 18 a 21 de agosto – Orlando (sim, fui `a Disney)
21 de agosto – Miami
22 e 23 de agosto – Key West – Florida
25 de agosto – Nova Delhi

Em dois meses, dormi em dez camas diferentes, em ritmo frenetico que ate o presente instante nao cessou. E tenho impressao de que tudo isso foi so o comeco

domingo, 17 de agosto de 2008

Warning!

This blog is now made on a MacBook Air.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Goodbye.

"Bye, Bye, Brasil. A última ficha caiu..."

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ah, se eu aguento ler...

Estava entediado no quarto do hotel esperando o tempo passar para embarcar de volta ao Brasil quando resolvi descer e checar emails e, talvez, achar alguém para bater um papo no MSN. Uma amiga puxou convenrsa. Após os comprimentos de praxe, seguiu o seguinte diálogo (como acesso da Venezuela, o "dice" nao é falta de conhecimento da língua portuguesa) :

Fabio dice:
já te disse que vou morar na india?
T.... O meu Deus é o Deus do impossível... dice:
não , sério
Fabio dice:
seríssimo
T.... O meu Deus é o Deus do impossível... dice:
que legal
Fabio dice:
pois é... estou muito animado com a idéia. Vou morar com minha namorada lá.
T.... O meu Deus é o Deus do impossível... dice:
vai ser uma experiencia de vida
Nao diga!!!! experiência de vida? Claro que vai ser experiência de vida!!!! Nao vou precisar morrer para ir pra lá! Que porra ela quis dizer como isso?
Se o Deus dela é o Deus do impossível, o meu é o da falta de paciência com baboseiras...
Right on!

Busted!

E nao é que El Brujo decobriu esse pequeno pedaco de mundo no qual ponho para fora minhas inquietudes?
Sem que eu desse pista alguma, Kirisoré conseguiu localizar o meu blog, sabe-se lá como. Talvez, tenha contado com a ajuda de um agente da extinta KGB, cuja amizade conserva desde os tempos em que dormia abracadinho a uma miniatura do ursinho Misha lá na terra de Putin nos ido da década de 80.
Sem pedir licenca, o safado chutou a porta da frente, leu meus escritos e ainda fez comentários sarcásticos acerca das minhas divagacoes!
Brincadeiras à parte, El Brujo, que tem também um blog (este vale a pena reservar tempo para ler), sempre foi bem-vindo aqui, mesmo que ele nao soubesse do endereco. Se nunca soube, nao foi por falta de amizade ou confianca, foi mesmo por vergonha deste vosso ecriba (expressao utilizada por ele) que sabe das suas limitacoes.
Seja bem-vindo, Brujo!

terça-feira, 22 de julho de 2008

It was five years ago today...




Hoje, faz cinco anos que cheguei a Brasília. Sem conhecer uma única alma, vim da Bahia com minha mãe, de carro. Lembro que entrei na cidade pelo final da Asa Norte, e logo peguei a W3, sem saber por onde andava. Encontrei, meio que por sorte, eu acho, o apart-hotel que ficaria por um mês antes de achar uma kit na 914N. De cara, adaptei-me e passeia amar a cidade, tão diferente daquela na qual vivi minha vida inteira e cujos modelos de sociedade em nada se parece com o da Capital. Em Brasília, construí uma família que escolhi dedo: meus amigos. Vivi momentos muito felizes e houve época tristes, também, nas quais a saudade da família que ficou na Bahia batia com crueldade.


Meus ideais mudaram um pouco, minha vida tomou rumo diverso daquele que visualizei no início, mas nunca me arrpendi de ter dado a partida no meu velho Palio e vir em direção a essa cidade que me deu tudo: uma família e um amor pra toda a vida.


Fico feliz por ter tido a coragem de escolher a minha felicidade.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Visitante do dia...Parte LXXVIII


Presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba, Ricardo Alarcón.

Here we go again!

Parto, mais uma vez, rumo à terra do Comandande Chaves no próximo domingo. Parto para mais uma cidade no meio do nada e perto de lugar nenhum...
Quando é que vão me mandar pra Paris, Londres ou Nova York?
Na verdade, eu até sei a resposta, mas não posso reclamar, pois a grana até que compensa o sacrifício.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Out of Africa

Os funcionários que atenderam ao chamado da Secretaria de Estado estavam lotados nos mais diversos cantos do continente africano. Os Postos estavam entre os considerados piores cantos do planeta para se viver. O que os impulsiona é o dinheiro. Nenhum outro motivo os empurrava para os confins de terras marcadas pela falta de estrutra básica para viver, violência latente e pela a pobreza que salta aos olhos. Quase todos tinham filhos em idade escolar, ou já na faculdade, e precisavam dos gordos salários para sustentar os estudos dos filhos. Sacrificavam suas vidas em terras inóspitas e perigosas para poder educar e alimentar suas crias. Muitos deles deviam ao MRE a oportunidade de ter algo na vida. Sem o Ministério, certamente fariam parte da grande massa brasileira de sub-empregados, ou não teriam ao menos o que ganhar no final do mês.
Eram personagens interessantes, cujas vidas forneceriam material para diversas biografias.
Tinha a senhora carente e alcóolatra de Dacar; o agente de portaria megalomaníaco que clamava ser pentacampeão brasileiro de golf e gabava-se das inúmeras mancebas que sustentava em Bissau; o playboy de 50 anos que conseguiu arranjar maconha para fumar durante as noites depois do curso e serve em Abuja; a senhora deseperada que vive em Malabo; o senhor com problemas sério nas coronárias de Windhoek; a evangélica suicida de Cartum; o confessadamente deprimido Oficial de Chancelaria de Adis Abebba, entre outros menos interessantes.
Por incrível que pareça, a compania deles e suas histórias não me deprimiram ou me enojaram (a não ser senhora bêbada de Dacar que é, realmente, um pé no saco). Todos pareciam extasiados em passar aquelas duas semanas em Pretória e esqueceram um pouco das dificulades e sacrifícios a que estão submetidos todos os dias. Fiquei em uma Guest House charmosa e barata perto da Embaixada com o playboy, o deprimido e um dos instrutores do curso. Fazíamos churrasco, enquanto a senhora bêbada e os outros bebiam deseperadamente cerveja (contei três caixas em apenas quatro dias). O deprimido da Etiópia bebia tudo que via pela frente (licor, rum e conhaque, além da cerveja). A moconha surgiu nos últimos dias, mas durou pouco. Não me atrevi a compartinhar da bebida e da droga. Não me sinto à vontade de beber com pessoas que não conheço (bebi umas taças de vinho sul africano com um deles, mas foi só). Sóbrio, passei a ouvir as lamúrias dos funcionários do Itamaraty acerca do trabalho e da vida difícil em seus Postos. Pareciam tristes e cada história traduzia o sofrimento e o lamento por fazerem o sacrifício necessário para sobreviver.
O serviço exterior pode ser bastante cruel e impiedoso. Viver longe dos parentes, em terras perigosas, sem condições sanitárias e de infra-estrutura básicas é psicologicamente devastador.
Geralmente, o ser humano sente satisfação em ouvir que outras pessoas estão em pior situação do que a deles. Nos faz sentir um pouco mais afortunados. A desgraça dos outros nos coloca pra cima. As experiências que ouvi, ao contrário, fizeram-me querer ajudar a todos, a escrever para eles e me colocar à disposição para ajudá-los, pelo menos na minha área de trabalho, no que puder.
A ida a Pretória me deixou menos humano, eu acho. Mas em um bom sentido.

Visitante do dia...Parte LXXVII


Membro do Comitê Central do Bureau Político da China, He Guoqiang.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Visitante do dia...Parte LXXVI


Vice- Presidente da República ao Vice-Presidente de Gana, Alraji Mahama.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Visitante do dia...Parte LXXV


Príncipe Herdeiro do Japão, Naruhito. Hoje tem cerimônia de comemoração do centenário da imigração japonesa. Data histórica. Parabéns, Sra. Migita! Só não precisavam fechar metade do estacionamento do Anexo I por causa disso...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Visitante do dia...Parte LXXIV



Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de Cabo Verde, Victor Borges.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Ah, se eu aguento ouvir...Parte XIII

Assistindo a um programa sobre a fauna indiana, no SBT, ouço as seguintes pérolas:
"Outro animal que parece uma figura mitológica é o rinoceronte indiano, de um chifre só, que lembra um unicórnio...
"Os macacos vivem fazendo macaquices... reúnem-se nas margens dos rios para lamber pedras"
Rinoceronte que parece unicórnio e macaco que lambe pedra...
Putequeopariu!!!
Mesmo sendo sobre a Índia, medei de canal.

sábado, 10 de maio de 2008

Abandono

Quase que abandonei isso aqui. Na verdade, eu sei qual é o problema. É algo que tem a ver com uma certa dependência de um tal sentimento vazio que agora não mais faz parte de mim.
Preciso descobrir, na felicidade, a vontade de escrever. Não quero constatar que só escrevia por ser triste.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Visitante do dia...Parte LXXIII




Diretor-Geral da FAO, Jacques Diouf

Visitante do dia...Parte LXXII




Presidente da Índia, Pratibha Patil.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Visitante do dia...Parte LXXI


Ministro dos Negócios Estrangeiros da Estônia, Urmas Paet

terça-feira, 15 de abril de 2008

Autobiografia


Está tudo lá: na infância, criado pelos avós, a descoberta do blues e do rock na juventude e muito sexo, drogas, rock n roll, viagens, mulheres, influências musicais, turnês, amigos, amores, traições desastres e alegrias na vida adulta. É a história do "Deus da Guitarra", Eric Clapton. Simplesmente o cara que Muddy Waters, em seu leito de morte, passou o "bastão" da perpetuação do blues. Eric constrói sua biografia pelos músicos que o influenciaram e inúmeras músicas (todas citadas no livro) que gosta, ouvia e compôs ao longo dos anos em uma viagem musical impressionante. Sublinhei cada álbum e música citados e que não tinha conhecimento para baixá-las e aprender um pouco mais sobre blues, R&B e rock.

Recomendado para fã de boa música.


"I found a pattern in my behavior that had been repeating itself for years, decades even. Bad choices were my specialty, and if something honest and decent came along, I would shun it or run the other way."


Ave, Eric!

sábado, 5 de abril de 2008

Visitante do dia...Parte LXX


Presidente da Guatemala, Álvaro Colom. País bonito e interessante...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Programação Matutina

Eu já sabia que a MTV, antes da oito da manhã, é muito boa, mas me surpreendi com a seqüência de boas bandas na programação matutina:
PJ Harvey
The Killers
LCD SoundSystem
Franz Ferdinand
Ecco and the Bunnyman
New Order
Hot Chip
The Clash
Molotov
The Strokes
...e por aí foi até eu me dar conta de que era hora de tomar banho pra ir ao trabalho.
Praticamente o set list perfeito de uma boa festa no Galeria.

Visitante do dia...Parte LXX


Presidente da Eslovênia, Danilo Türk.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Visitante do dia...Parte LXIX


Ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, Vuk Jeremic.

domingo, 16 de março de 2008

Smurf Ranzinza

Eu odeio a TAM.

Uma pergunta

Por que porra o aeroporto de Brasília não funciona de madrugada? É o segundo mais movimentado do país e simplesmente fecha para pouso e decolagem às 23:30h.

Cu do mundo

Não há lugar pior no mundo do que Manaus!!!! Prefiro Lagos e Puerto Ayacucho.

Aeropuerto

(Procura-se)


Havia quase sete horas que estava no aeroporto Simón Bolivar com a mãe de noventa anos e dois netos de quatro e cinco anos de idade. Teve que acordar às quatro e meia, chegou ao aeroporto às cinco e meia e, agora, já são doze horas. Já deveria estar em solo brasileiro, mas problemas com o tempo não deixaram decolar o avião que iria levá-los. Ainda não havia previsão de quando deixaria a Venezuela. Os meninos chegaram ao aeroporto arrumados, bem cheirosos e com roupas idênticas. Do casaco verde-oliva aos sapatos que iluminavam a parte traseira conforme caminhavam. Estes, entediados com a demora, já estavam sem camisas, sem os sapatos e corriam freneticamente pelo saguão cheio. Um deles, ao desviar do colombiano cheio de sacolas, entrou em rota de colisão com a boliviana e seu carrinho de lixo. O papel higienico juntado em todos os banheiro do terminal internacional ficaram espalhados em um raio de dez metros. Enquanto o menino chorava escandalosamente, o sangue, misturando-se com o catarro, corria de suas ventas grossas. “Que se foda”, disse. Não foi acudi-lo. Amaldiciou a filha, pela quinta vez, por ter casado com aquele venezuelo gordo, de bigode grosso e cabelo engomago com algum tipo de gel que mais parecia betume encardido. Também amaldiçou o marido que permanecia em estado vegetal desde o derrame em 1999. “Filho da puta”, pensou. “Teve a porra do AVC e me deixou sem forças para impeder que Susana casasse com aquele traficante de merda. Passa o dia babando e se cagando todo. Nem para morrer de uma vez, o cachorro presta.” Foi a Caracas cuidar dos netos, já que a filha se recuperava da terceira lipoaspiraçao. “Está parecendo uma galinha empalhada”, pensou, mas nunca chegou a dizê-la. Também precisava sair um pouco de casa e ficar longe do marido fedido. Deixou-o com a enfermeira. Uma negra de uns cem quilos que, vez ou outra, enchia o velho de sopapos. Ela não se importava. Também lhe dava uns tapas, enquanto xingávo-o e trocava suas fraudas cheias de merda e xixi. Decidiu levar a mãe na viagem. Afinal, o genro pagou a passagem.
Ao final da viagem, decidiu levar a passeio os netos para “livrá-los desse pardieiro de traficantes, índios e chavistas”. Já tinha se arrependio de sua idéia estúpida, quando o menino, sangrando e chorando muito foi pedir sua ajuda. O irmão ria muito. A velha mãe também mexia sem parara a cabeça e os braços. Parkinson. Juntou as mãos e as levou ao rosto coberto de rugas e manchas provocadas pelo envelhecimento. Já tinha perdido toda a paciência com aqueles meninos e com a velha. Estava em desespero. Fez uma retrospectiva de sua vida: teve uma infância difícil, pois sua família era numerosa e o resultado da divisão entre muitas bocas e pouco dinheiro nunca é demasiado. Casou-se virgem, cedo demais e com o primeiro que quis tirá-la de casa, nunca conseguiu passar do segundo grau, cuidou dos irmãos mais novos e dos filhos a vida inteira e nunca teve tempo para cuidar de si própria. Tinha sessenta e cinco anos, mas aparentava ter duas décadas a mais. O marido, sempre bêbado e mulherengo, nunca lhe deu felicidade. A filha e sua ingradidão perpétua torturavam-a com vazias atitudes rebeldes, como a de resolver casar com o “cucaracho”. A mãe, sempre austera e impaciente, nunca lhe deu sossego e, agora, condenada a andar em cadeira de rodas, necessitava de cuidados constantes. Chorou, por dentro.
Ao anunciar o vôo, depois de oito horas de espera, a mulher nao acordou a mae que dormia e disse aos netos para ficarem sentados enquanto iria ao banheiro. “Que vao todos para puta que pariu!”, esbravejou. Embarcou sozinha e, ao invés de seguir para Guarulhos, seu destino final, aproveitou a escala em Manaus e desembarcou na capital amazonense. Nunca mais foi vista.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Cambio, desligo.

Aqui, acuado na fronteira entre esse país comandado por Chaves e aquele das FARC, a internet é discada e muito (muito mesmo!!!!) lenta. Por conseguinte, este será meu único post em terras venezuelanas. Quando voltar para o Brasil, relato tudo que vi (e nao gostei) por aqui.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Visitante do dia...Parte LXVIII


Presidente do Equador, Rafael Correa. O Presidente equatoriano chegou e foi logo lascando o peixe pra cima de Uribe, Colômbia e EUA. Discurso sóbrio, muito bem elaborado e consistente. A rede Gooebles criticou, é claro. O país dele foi invadido, descaradamente, por um bando de mafiosos apaiados por, estes sim, terroristas inescrupulosos, arrotando a defesa da democracia colombiana e a luta contra o terrorismo internacional. Mal sabem eles que esta luta não é deles, nem do povo colombiano. É de um país que escolhe quais dentres os outros representam a sua democracia e aqueles que costumam chamar de "eixo do mal". Viva a soberania dos países. Viva o povo equatoriano. E Chaves não tinha nada que meter o bedelho...

sábado, 1 de março de 2008

Ah, se eu agüento ouvir... Parte XII

Salvador, 25 de fevereiro de 2008, às 5:30 da manhã.

Estava colocando as malas no carro para ir ao aeroporto quando a empregada da casa de minha mãe, com a naturalidade e sutileza inerente ao povo do interior do Nordeste, solta a seguinte pérola se referindo a minha namorada que ela conheceu dois dias antes:

"Vê se não vai enganar essa daí, seu cachorro."

Mereço, não?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Fucking boring morning

Terminei de ler as notícias do dia no site do Terra (eu não aprendo!!), visitei uns blogs interessantes, abri o email pessoal, li e respondi umas mensagens sem graça para umas pessoas desinteressantes e comi uma maçã. Não tenho muito o que fazer agora. Tenho dois telegramas de BRASEUROPA para responder, mas estou sem paciência e vou acabar escrevendo uma resposta nada educada à responsável pela Administração do Posto por escrever tamanha baboseira. Melhor deixar para depois. E ainda faltam três horas para o "lunch hour". God help me! Vou ouvir o filho de Bob. Dylan.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Renúncia

Ontem, companheiro Fidel renunciou ao cargo de Comandante-em-Chefe de Cuba. Saiu da cena política a última grande figura da história mundial recente; o último líder político de expressão do século XX ainda na ativa. Perde o socialismo, o sonho (utopia) de uma sociedade igulitária, a política mundial, a história.
Mas o que ganham os exilados em Miami que, ontem, saltavam fogos pelas ruas da "cidade dos sonhos" (utopia)?
Há, meus caros, coisas mais importantes do que a tão propalada democracia, que perdeu toda conotção dos filósofos gregos e passou a significar aquilo que um certo Presidente débil mental de uma sociedade hipócrita e medíocre (pra dizer o mínimo) vomita por todos os cantos do globo. Entre elas, educação, saúde, comida e dignidade. Pergunte ao porteiro do seu prédio. Do que adianta termos um modelo de democracia "elogiada em todo o mundo", como propala recente propaganda do TST, se nossos "representates" nada mais fazem do que articular conchavos, receber propinas e intermediar negociações espúrias com empreteiros e lobbistas?
Tudo bem, Sentinela, poderiam dizer, pegue a ficha do PSTU, preencha-a, filie-se e vá fazer passeata na frente do Congresso.
Respondo: não. Há muito tempo perdi a vontade de ser cidadão nesse país. Não luto por nada, a não ser minha sobrevivência.
Se fosse cubano, lutaria.
Adeus, Fidel. Boa aposentadoria.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Visitante do dia...Parte LXVII


Ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, Pranab Mukherjee.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Visitante do dia...Parte LXVI


O Presidente da Guiné Equatorial, Senhor Teodoro Obiang Nguema Basongo, acompanhado por expressiva comitiva ministerial, realizará visita de trabalho ao Brasil, no período de 14 a 17 de fevereiro.
No dia 14, em Brasília, o Presidente Obiang será recebido pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também deverá encontrar-se com os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal.
Ainda no dia 14, em encontro a realizar-se no Palácio Itamaraty, a comitiva ministerial do Presidente equato-guineense manterá reunião ampliada com representantes de diversos Ministérios brasileiros, a fim de explorar as possibilidades de cooperação bilateral, em áreas como agricultura, saúde e esportes.
No dia 15, no Rio de Janeiro, o Presidente Obiang deverá ser recebido pelo Presidente da Petrobras, tendo em vista o potencial de cooperação no setor energético. No mesmo dia, o mandatário da Guiné Equatorial irá para São José dos Campos, onde visitará a sede da EMBRAER. No dia 16, em São Paulo e Belo Horizonte, o Presidente e sua comitiva manterão reuniões com lideranças empresariais.
A Guiné Equatorial participa da Comunidade Monetária e Econômica da África Central (CEMAC) e é um dos maiores produtores de petróleo na África, com extração estimada em 394 mil barris ao dia. O intercâmbio comercial entre o Brasil e a Guiné Equatorial conheceu significativo aumento nos últimos anos, tendo passado de cerca de US$ 3 milhões em 2003 para US$ 243 milhões em 2007.
As relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas em 1974. A entrada em funcionamento das Embaixadas da Guiné Equatorial em Brasília, em 2005, e do Brasil em Malabo, no início de 2006, vem contribuindo para o incremento do relacionamento entre os dois países. O Chanceler da Guiné Equatorial realizou visita ao Brasil em 2005, e o Presidente Obiang participou da Conferência de Intelectuais Africanos e da Diáspora, ocorrida em Salvador, em 2006.


Nota direto da AIG, graças a L. (a qual não poso mais classificar como a mais bonita da Assessoria, mas figura em um honroso segundo lugar).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Visitante do dia...Parte LXV


Vice-Presidente da República da Bolívia, Alvaro García Linera.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quarta de cinzas

Esta quarta é dia de juntar as cinzas do que não deu certo, jogá-las fora e começar tudo de novo. O ano começa agora.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Díálogos que gostaríamos de ouvir

O toque do telefone quase o fez derrubar um pouco mais do suco de limão no molho do salmão.
- Oi! Qual o vinho que eu levo? Branco, tinto... Não tenho a mínima idéia, já que não sei o que você vai cozinhar. Como é nosso primeiro encontro, eu fico com medo de errar na bebida. O que você acha?
- Não precisa trazer nada. Planejei tudo em detalhes para a nossa noite.
- Mas eu vou ficar muito sem graça se não levar nada. Não tem nada que eu possa levar?
- Bem, esqueci de comprar as camisinhas...
...

Visitante do dia Parte LXIV


Presidente da República Democrática do Timor-Leste, José Ramos-Horta.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

I will

I'm gonna suture up my future
I ain't jaded, I just hate it
See I've been down too long
It's kinda hard to explain
Done and buried all I carried
...
Tried to fake it, I just can’t take it
...
I’ve been giving my love away
To the things that tear it apart
I’m gonna suture up my future

Suture up my future
Queens of the Stone Age

sábado, 26 de janeiro de 2008

Extra! Extra. Parte IV

"O que faremos, doutor?"
"Iremos extrair um rim e o substituiremos por outro fígado"


Do site do G1:


"Uma garota australiana teve seu tipo sangüíneo alterado após um transplante de fígado, o que, segundo os médicos, é um caso inédito na literatura científica e poderá ajudar, no futuro, a combater a rejeição de órgãos transplantados. Demi-Lee Brennan tinha 9 anos e estava seriamente doente, com falência do fígado, quando recebeu o transplante. Nove meses depois, os médicos descobriram que ela tinha trocado de tipo sangüíneo, e seu sistema imunológico agora era igual ao do doador do fígado que ela recebeu. Aparentemente, isso aconteceu depois que células-tronco de seu novo fígado migraram para sua medula óssea.


Eu sabia que esse tal de fígado era mais importante do que o cérebro. E pra que porra eu quero dois rins? Dá um outro fígado!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

7B (ou uma visão mais feminina e, portanto, mais inteligente)

Por Luana Bailão:


An enchantment...Corinne. Despertador. 4:30da manhã, segunda-feira. A primeira do ano. Acordar, tomar uma ducha, fechar a mala, chamar o taxi.
Não tenho mais roupas limpas. Hum... Se for pra conhecer meu príncipe, que ele me ame assim. Será? Será que é possível alguém amar uma camiseta suja com uma mancha amarelada? Anyway, what are the odds of meeting my prince-charming num vôo às 6:30 da manhã de uma segunda-feira?
Check-in. Não fumar, não fumar. Corredor, 7C. Ótimo. Não vou conseguir dormir. Enfim, mas fácil de transitar... Café da manhã no Aeroporto. Óculos escuros. Não fumar, não fumar. Embarque. Fila. Detesto fila.
Os comissários de bordo e as ridículas instruções de como proceder em caso de acidente aéreo. Se algo acontecer, isso de nada vai adiantar. Se algo acontecer, vou morrer mal vestida. E essas sandálias, pedindo para serem jogadas no lixo? Dane-se. Mais fácil de me livrar delas quando tiver que trocar pelos sapatinhos de cristal.
"Como é que uma mulher tão encantadora pode se vestir desse jeito?"
Demorei um pouco para processar o que aquele sujeito havia dito. Não acredito que ouvi isso.
- Acho que não entendi direito o que você disse.
Será que aquela meiota do reveillon ainda tá fazendo efeito?
Ele repetiu! Que ousado! Deve ser baiano! Hum...
- Que ousadia! Quem você pensa que é? São seis e meia da manhã de segunda-feira e acordei...não interessa. O senhor é louco?
"Calma. Eu só pensei que, se vamos começar um relacionamento, precisava ser sincero desde o começo."
- Agora, pronto! Louco. Relacionamento? O senhor confundiu sinceridade com ousadia.
"Oscar Wild dizia que a verdade é raramente pura e nunca simples. Esperava que você justificasse estar vestida desse jeito. Não podes me acusar de não ser verdadeiro. Isso conta muito hoje em dia, não?"
- Oscar Wilde também disse que a sinceridade é uma coisa perigosa. E também que se você quisesse dizer a verdade para as pessoas, que as fizesse rir. Afinal, o segredo da vida é apreciar o prazer de ser terrivelmente iludido, pra continuar citando o mesmo autor.
Que surreal! Não tô acreditando. E o pior é que o cara é lindo!
- Ainda estou sem acreditar nessa conversa...
"E seu celular? Qual é o número?"
- Você tem como anotar?
Afinal, what are the odds?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

7C

Ao entrar no avião, reparou na moça sentada na poltrona 7C. Rosto simétrico, olhos verdes intensos, cabelo castanho, liso até o ombro magro. Imaginou o seu perfume. Nunca se sentiu tão sortudo em sentar-se na poltrona do meio. Só reparou na camiseta suja com uma mancha amarelada, a calça jeans amassada e a sandália "pedindo para ser jogada no lixo" quando foi ajeitar-se para se acomodar na 7B. O perfume era exatamente como imaginou. Combinava perfeitamente com seu cabelo, olhos e postura esguia. Olhou para a mão de dedos longos e finos. Não usava aliança. Em nenhuma das mãos. Mas algo naquela tela não parecia bem: o modo desleixado com que ela se vestia quase lhe tirava todo o encantamento.
Não se conteve. Quando os comissários de bordo davam as ridículas instruções de como proceder em caso de acidente aéreo, nos quais nada daquilo vai adiantar, perguntou:
"Como é que uma mulher tão encantadora pode se vestir desse jeito?"
Ela demorou um pouco para processar em sua mente o que aquele sujeito havia dito. Não acreditou que poderia ter ouvido aquilo.
"Acho que não entendi direito o que você disse."
Ele repetiu.
"Que ousadia! Quem você pensa que é? São seis e meia da manhã de segunda-feira e acordei...não interessa. O senhor é louco?"
"Calma. Eu só pensei que, se vamos começar um relacionamento, precisava ser sincero desde o começo."
"Agora, pronto! Louco. Relacionamento? O senhor confundiu sinceridade com ousadia."
"Oscar Wild dizia que a verdade é raramente pura e nunca simples. Esperava que você justificasse estar vestida desse jeito. Não podes me acusar de não ser verdadeiro. Isso conta muito hoje em dia, não?"
Ela sorriu e pensou que aquela "meiota" do reveillon ainda fazia efeito. Aquilo tudo era muito surreal.
"Ainda estou sem acreditar nessa conversa..."
"E seu celular? Qual é o número?"
"Você tem como anotar?"

Créditos finais

É sempre assim. Por mais que você saiba de cor o roteiro de "Uma grande paixão", você sempre se deixa levar pelo impulso da narrativa envolvente e empolgante. É um filme já visto e revisto, mas você espera que, dessa vez, com outros atores, principais e coadjuvantes, a mocinha vai tomar uma decisão diferente, que o mocinho não vai ser tão estúpido, ou que o destino arrume as coisas com aquele jeitinho que só ele consegue arrumar, meio que por acaso, conspirando com o universo. Quantos finais felizes você já viu nessa película? Se você ainda faz questão de ver o filme, nenhum. Momentos felizes? Esses sim têm aos montes nesse roteiro de "Encontros e Desencontros"; a trilha sonora é aquela escolhida por você a cada vez que o assiste. Aquela trilha que vai na alma, a música sempre é perfeita para aquela cena. Os cenários, figurinos, direção de arte e fotografia variam também, afinal, nessa refilmagem, novos elementos são sempre incorporados à obra. Os efeitos sonoros podem escutados à noite, sozinhos (ou acompanhados) na cama. Já os efeitos visuais são diversos e dependem de cada espectador. Às vezes, o filme é longo, com uma narrativa chata, cansativa, em outras é curta-metragem, porém intenso, arrepiante. Vai tudo depender da versão final costurada nas ilhas de edição. Por diversas vezes desejamos nunca ter parado para assisti-lo, mas em outras torcemos para que tenha mais continuações do que "Harry Potter". E sabe o que é mais engraçado nessa comédia romântica (ou esse drama fantástico ou até nessa história de terror)? É que quase nunca nos damos conta de que não somos os únicos Diretores, nem escrevemos sozinhos esse cult movie digno de todos os prêmios de melhor roteiro. Adaptado. E você vai comprar em DVD o "Director’s Cut", duplo, com cenas excluídas, comentários do Diretores e atores principais. Afinal, você ama essa história e quer ver de novo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Visitante do dia...Parte LXIII


Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para o Haiti, Hédi Annabi. Será que veio reclamar?

Visitante do dia...Parte LXII


Ministro dos Negócios Estrangeiros de Burkina Faso, Djibrill Bassolé.
O Chanceler brasileiro o recebe por meia horinha. Nem um minuto a mais. Imagine se o Continente Negro não fosse prioridade da atual política externa brasileira?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Untitled

Resolvi escrever um livro. Estilo Jane Austen.
Mas não quero um filho agora, nem acho que algum dia plantarei uma árvore.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Ah, se eu agüento ouvir... Parte XI

Durante minha vida, já lidei com mulheres impulsivas, ciumentas e até psicopatas. Mas, até agora, nunca tinha cruzado com uma ciumenta por antecipação. A situação é a seguinte: L. resolveu solucionar meu problema em busca do Santo Graal (uma mulher que valha a pena investir o tempo. Uma mulher "cinema-rastaurante", por assim dizer. Exatamente o contrário das mulheres "bar-cama" que tenho me relacionado por aí). Indicou uma menina que trabalha com ela e, depois de enviar uma foto e aprovada a candidata na primeira fase, começaram as tratativas. L. floreou minhas qualidades e minimizou os meus defeitos. Também fui invadido por uma série de comentários que me empolgaram um pouco.
Na última terça, depois de uma ligação de um amigo no melhor estilo da música "Take it Easy," do Asa de Águia* (... Despertando o silêncio, o telefone me chamou. Um velho amigo de guerra, um parceiro batuta, emocionado me disse: "adivinha quem chegou?" Duas lindas princesas a nos esperar...para sair e curtir, eu não quis acreditar...), fui ao Gate’s para conferir o que estava causando tamanha empolgação no amigo. A nos esperar, 5 princesas (bem, uma era a princesa Fiona). Já havia começado a beber em um restaurante (meia garrafa de vinho) e quando cheguei ao local entornei uma dose de tequila, paga por uma das moçoilas (mulheres quando saem para a guerra tomam tequila como se fosse chá verde...). Logo depois, a vodka me pareceu a opção mais óbvia e tomei algumas doses da destilada russa. A esta altura já estava, vamos dizer assim, dando bom dia a cavalo. Empolgado com a boa música, dancei com duas das princesas (Fiona fora do cenário...) e acabei por beijar loucamente uma delas (Fiona fora desse filme!!!).
Para meu azar (ou sorte, sei lá), a minha paquera estava no mesmo estabelecimento e viu toda a cena saída de um filme sobre jovens bêbados e inconseqüentes (eu dançando loucamente ao som dos Beatles e... bem, só lembro de "Twist and Shout" com as duas meninas e os beijos "get a room" que seguiram).
Não a vi. Ou se a vi, não a reconheci. Afinal, sou míope, estava bêbado e só tinha visto a menina por foto. Seis horas depois, de ressaca, recebo um email de L. perguntando se eu fui ao Gate’s na noite anterior. Na hora, revivi tudo que aconteceu e imaginei que a menina tinha visto tudo o que rolou. Dito e feito. A menina viu e não gostou nada do que presenciou. Fez comentários que fariam ruborizar o Marquês de Sade sobre minha performance na pista de dança. Lascou o peixe, com dizem na Boa Terra. Não fez uso de palavras suaves para me ofender na frente de parte da AIG do MRE. Disse que eu não era um cara sério, que eu era um blefe e que estava me agarrando com uma loira peituda no Gate’s (mentira! Nem era peituda a coitada). Agora a pergunta que não quer calar: devo alguma coisa a alguém? E principalmente, devo alguma satisfação a ela? Nunca nem troquei nem uma palavra com a gaja e ela traça este perfil " Hannibal Lecter" de mim. Injusto, no mínimo. Mandei um email para ela hoje pela manhã:

Não acha que você deveria, pelo menos, ter uma conversa comigo antes de traçar esse perfil quase criminoso de mim?

Injuriado

Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais
Você me teria desprezo por fim
Porém não fui tão imprudente
E agora não há francamente
Motivo pra você me injuriar assim
Dinheiro não lhe emprestei
Favores nunca lhe fiz
Não alimentei o seu gênio ruim
Você nada está me devendo
Por isso, meu bem, não entendo
Porque anda agora falando de mim

Chico Buarque

Nada como uma luva de pelica para dar na cara dos outros.
Ah, Fiona acabou por encontrar o Shrek dela no fim da noite.
* A música mencionada não expressa o gosto musical do autor deste texto.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Words are very unnecessary


Deu uma vontade enorme, quase que incontrolável, de ouvir "Enjoy the Silence".

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

I sense that...

It's gonna be another fucking very long day.

Visitante do dia...Parte LXI


Ministro das Relações Exteriores de Honduras, Milton Jiménez Puerto.


sábado, 5 de janeiro de 2008

Perspectiva 2008

Se for igual à noite de reveillon, promete. E muito. Top ten moment of joy! Companhias perfeitas, abraços afetuosos, encontros divertidos, beijos surreais, diversão extraordinária e tudo mais que um simples mortal pode esperar de uma noite sem igual. E tudo que não podia esperar também.