OBS: post sem acentos.
Livia chegou e, tambem, foi logo pedindo uma dose de vodka e uma lata de agua tonica. Sempre pedia a mesma coisa. A dose do Gate’s e’ generosa e a bebida russa a fazia lembrar do avo. Era sua bebida favorita. Uma cirrose hepatica encurtou a vida do pai de sua mae. Na realidade, a morte era algo com a qual Livia sempre teve que lidar: seu pai morreu em um acidente de carro quando ela tinha apenas tres anos de idade. E claro que sentia falta do pai, mas a morte, por afogamento na piscina durante uma festa na escola, do irmao mais novo a afetou imensamente. Acontecera ha mais de 15 anos, porem nunca se recuperou totalmente. Inteligente e com um corpo escultural, Livia chamava a atencao de advogados, estagiarios e servidores publicos que frequentavam o Forum Des. Milton Sebastião Barbosa. Livia e Promotora de Justica na 2ª Vara Crime e a forma dura com a qual tratava alguns dos reus causava desconfortos em todos presentes nas audiencias. Pensou no avo, no pai, no irmao, ofereceu a primeira dose a eles e entornou o liquido como se apenas a tonica estivesse no copo. Ele, atento a cena, nada falou. Livia aproximou-se do amigo, deu-lhe um beijo na bochecha e falou: “Aquele filho da puta. Escroto. Pilantra.” Livia nao economizava palavroes. Dizia sempre o que sentia e o que pensava. Quase nunca lhe pediam conselhos, pois muitas pessoas que enfrentam qualquer problema procuram amigos nao para ouvirem palavras sabias com solucoes para seus tormentos, mas, sim, afagos e palavras de conforto. Ninguem gosta de ouvir que parte do problema e o problematico metido na encrenca. Ela dizia a verdade.