quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Itamaratale

Interromperei a série "Coisas que odeio" para relatar algo que me aconteceu hoje à tarde.

Que mulher grossa é aquela responsável pela emissão das Carteiras Funcionais do DP? Mais grossa que papel de enrolar prego! Observem o diálogo travado esta tarde:

- Boa tarde – diz o inocente e recém-empossado Oficial de Chancelaria. Recebi um recado que algúem do DP ligou para mim. Talvez seja referente à Carteira Funcional.
- EU NÃO LIGUEI PARA NINGÚEM! QUEM LIGOU PARA VOCÊ? – esbravejou a experiente funcionária do MRE.
- A minha colega só me disse que tinham ligado para mim.
- E O QUE ESTAVA ESCRITO NO RECADO? – gritou a já sem paciência funcionária dos quadros do Serviço Exterior, como se toda a ligação ou recado que proviesse do dito - Departamento merecesse a classificação confidencial.
Ela não anotou, somente me passou o recado.
- COMO É O NOME DA SUA COLEGA?
- Rafaela.
- DIGA A ELA QUE QUANDO ELA RECEBE UM RECADO, DEVE ESCREVÊ-LO PARA QUE NÃO PASSE A INFORMAÇÃO ERRADA.
- Está bem, mas a senhora poderia verificar se foi realmente referente à Carteira?
- COMO É SEU NOME?
- Fábio.
- NÃO.

- NÃO TEM NENHUM FÁBIO!
- Fábio Augusto, talvez.
- ESPERE!
Eu tinha razão. Ela achou minha Carteira e pôs-se, com uma cara de fazer inveja a qualquer Carranca de embarcação do Velho Chico, a fazer os procedimentos de praxe. Melecou os meus dez dedos da mão com uma tinta – tenho a esperança de que até o próximo Natal ela já tenha saído das minhas falanges – e, com a delicadeza de uma Jubarte, tirou as minhas digitais.

Não satisfeita, a Cuca ainda tirou mais uma impressao digital do meu dedão para a Carteira. Com sua sutileza de um Boeing 747, melecou minha carteira toda. Crazy Bitch!

- ATRÁS DO ELEVADOR TEM UM BANHEIRO. VAI LAVAR A MÃO E VOLTE AQUI!
Como?
- ATRÁS DO ELEVADOR TEM UM BANHEIRO. VAI LAVAR A MÃO E VOLTE AQUI!
Saí correndo e, quando voltei, ela já tinha preparado a minha Carteira. Saravá

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Coisas que eu adoro! - Parte I

Mais uma interrupção na minha onda de ódio e descontentamento. Seguindo sugestões, irei relatar algumas coisas que adoro fazer. Se o que eu não gosto diz respeito a ninguém, imaginem o que eu amo.
Minha mãe, meu pai... Ah! Não costumo ser muito óbvio, por isso vou pular esse momento novela das 8.
Vamos lá, então.
Adoro almoçar aos sábados no Shopping e, logo após, ir assistir a primeira sessão daquele filme concorrido que estreou na sexta feira. É incrível, mas a sala está sempre vazia. Quem conviveu comigo durante muito tempo em Salvador sabe que sempre faço isso. Depois, é só ir para casa e dormir o resto da tarde. Nada melhor

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Coisas que eu odeio – Parte I

Começo hoje a relatar uma série de coisas que me irritam profundamente. Essa é a Parte I de, vocês verão, inúmeras Partes que irão tomar conta deste espaço. São atitudes, gestos e situações que me deixam mais puto do que analisar o Inventário da Embaixada de Roma. Acho que estou ficando velho. Costumo dizer quer a medida da velhice é a falta de paciência para certas situações do cotidiano. Se for assim, "nasci há dez mil anos atrás".

A coisa que vem imediatamente à minha cabeça é a abominação que sinto pela mania de certas pessoas em completar frases com expressões em inglês.
"Você supouses demais!"
"Hoje você está muito irritated".

- É você, com essa mania de falar assim, que me deixa irritado, diria eu.

Outra coisa: não conheço quase ninguém que trabalhe pouco. Todos estão, sempre atolados de trabalho.
"Estou tão estressado com tanta coisa para fazer"
"Você sabe que horas eu saí do trabalho ontem? Às dez da noite"
"Não vou poder almoçar com você. Meu chefe quer essa minuta até às 15 horas, pois ele tem uma reunião com o Secretário-Geral e tenho que me matar para prepará-la. Vou pedir um sanduíche no Gaspar e só."

- Você trabalha no DT – Departamento da Tortura?, indagaria eu.

Mentira pura. Não há urgência no serviço público que impeça o almoço do servidor. Essa mania de querer dizer que trabalha mais que o outro é das competições mais estúpidas que existe.

- Você acha que é melhor do que alguém só porque trabalha um pouco mais? Eu ganho o mesmo que você e trabalho a metade. Quem é que leva vantagem? Quem é que se dá melhor? Eu, claro!, arremataria eu.