domingo, 6 de março de 2011

Vai um remedinho aí?


Engraçado como um filme bem ruim ao qual assisti hoje me fez voltar a escrever depois de longo hiato. Chama-se “Love & Other Drugs”, com Jake Gyllenhaal e a maravilhosa da Anne Hathaway. Para só dizer o essencial, o filme trata da história de um representante de uma grande empresa farmacêutica (Pfizer) jogado no meio do estado de Ohio para convencer os médicos locais a prescreverem seus remédios. Lá, conhece a exageradamente complicada personagem de Anne Hathaway, que, aos vinte e seis anos, encontra-se no primeiro estágio da doença de Parkinson. Ela, sabendo da doença e das conseqüências que dela advêm, fecha-se para qualquer relacionamento, pois não quer que alguém carregue o peso de cuidar dela nos seus estágios mais avançados. Ele, consciente  do mal que a aflige, escolhe ficar ao seu lado e cuidar dela. Ele sabe das limitações e problemas que a doença vai causar no longo prazo e escolhe ficar ao lado dela, rejeitando a tão sonhada promoção no trabalho e procurando entender a doença para enfrentá-la melhor.
Sei que a comparação vai parecer exagerada, mas não consegui parar de pensar que o filme é uma metáfora para todos nossos relacionamentos. Ora, Caetano já disse: “De perto, ninguém é normal”. E não é mesmo. Todos temos nossas manias, peculiaridades e personalidades distorcidas que são verdadeira “doenças” aos olhos do outros. O primeiro estágio é a descoberta da doença. Essa não demora muito. Logo percebemos algo de errado naquela pessoa que nos parecia perfeita. Depois, vem a aceitação e, por fim, a luta. E amar é passar por todos esses estágios sem deixar que a luta seja perdida e a “enfermidade” do (a) amado (a) vença. Claro que não falo aqui de psicopatias graves. Se este é o caso, pule fora. Muitas vezes, assim como qualquer paciente acometido de doença, seu companheiro (a) precisa de cuidado e compreensão. Temos que ter a sapiência de aceitar que a pessoa que amamos é imperfeita e precisa de cuidados. Amar é permanecer ao lado da pessoa amada não importa o quão grave são os sintomas e não fugir assim que os primeiros sinais de algo errado aparecem. Afinal, você também é imperfeito, precisa de cuidados e tem que contar com a paciência do (a) seu (sua) amado (a). Amor não é a doença, mas o remédio, que como qualquer medicamento, tem seus efeitos colaterais, muitas vezes bem destrutivos, mas, ainda assim é o melhor caminho pra cura.